A Fiat nunca conseguiu ter sucesso com um carro de porta-malas grande e destacado. Seus sedãs de porte médio se limitaram ao Tempra e ao Marea. Se alguém lhe vendeu um Liena como médio, o amigo foi enganado. Ele é um compacto.
Mas ela conseguiu emplacar seu carro de porta-malas avantajado, e não foi pela rota dos sedãs, foi com a picape Strada. A atual geração, que estreou em 2020 resolveu a bronca da marca italiana e se tornou o carro familiar sob medida para parte considerável dos quase 110 mil compradores que levaram o modelo para casa em 2021.
Mas ainda falta um elemento, a transmissão automática. O consumidor de classe média se encantou com a transmissão que alivia a vida do pé esquerdo. E não é para menos, em cidades cada vez mais congestionadas debrear se tornou um martírio.
E fomos testar a Fiat Strada Volcano AT, equipada com transmissão do tipo CVT, com emulador de sete marchas. Apesar de não ser fã das caixas de variação continua, a primeira percepção é que o carro saiu da idade da pedra. Isso porque a caixa manual dos Fiats compactos é terrivelmente imprecisa. A ausência desse desconforto vale o molho de 180 dias, segundo a marca, devido à fila de espera.
Raio-x Fiat Strada Volcano 1.3 AT
O que é?
Picape leve, cabine dupla, quatro portas e cinco lugares
Onde é feita?
Fabricada na unidade da FCA, em Betim (MG)
Quanto custa?
R$ 111.990
Com quem concorre?
A Strada cabine dupla concorre com VW Saveiro cabine dupla e com a Renault Duster Oroch.
No dia a dia?
A Strada Volcano automática chega para ser a opção de carro familiar com
caçamba. É a escolha para quem precisa de uma picape com a comodidade
de um carro de passeio, mas não pode pagar por uma Toro. A versão desce
um degrau na hierarquia, se posicionando abaixo da versão Ranch, mas
ainda oferece visual esportivo, com direito a rodas de liga leve, faróis
com LED, rack integrado ao santo-antônio e capota marítima.
Por dentro ela não difere na Volcano manual. De série, ela conta com direção elétrica, ar-condicionado (analógicos), vidros elétricos nas quatro portas, multimídia Uconnect (com conexão sem fio para Apple CarPlay e Android Auto, além de câmera de ré), computador de bordo em TFT, sensor de estacionamento.
O nível de conforto da picape agrada, e acomoda bem quatro adultos. Na segunda fileira, a posição do encosto é mais confortável que nas picapes médias. A posição de dirigir é elevada e garante boa visibilidade. Ainda assim, a traseira elevada, devido ao volume da caçamba e da própria suspensão, compromete a visão. A câmera de ré é fundamental.
Motor e câmbio
A Volcano é equipada com motor 1.3 Firefly de 107 cv e 14,2 mkgf de
torque. Esse motor tem boa entrega de força em baixa rotação, o que
contribui para eficiência, mas está longe de fazer da picape uma
esportiva.
A transmissão automática do tipo CVT, com emulador de sete marchas, é a cereja do bolo desse carro. Essa caixa estreou no Pulse e agora chega à Strada. Ela tem comportamento muito suave, com os ajustes das relações de acordo com a necessidade do motorista.
Essa transmissão sempre busca uma faixa de giro eficiente na casa dos 1.500 rpm, quando não há demanda de torque. Mas quando se pisa, rapidamente ela eleva o giro para o ponto máximo de força. Mas na hora de buscar potência, o motor esgola e demora para entregar velocidade.
Consumo
Abastecida com álcool, registrou consumo combinado (rodoviário e urbano) na casa dos 8,7 km/l, sem carga.
Suspensão e freios
A suspensão é o cartão de visitas dessa picape. O conjunto traseiro com
feixe de molas e eixo rígido segue lá como na geração passada e na
Fiorino Pick-Up. Mas ela conta com batentes graúdos que ajudam a
absorver os impactos quando os amortecedores chegam ao final do curso.
Na frente, o trivial McPherson.
Os freios são a disco na frente, e tambor, na traseira. Ela ainda conta com controles de estabilidade e tração, além de assistente de partida em rampa (Hill Holder). E bloqueio de diferencial eletrônico.
Palavra final
A Strada Volcano CVT é a porta de entrada no mundo das picapes automáticas, não é barata, mas é a mais em conta.
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