O distúrbio que afeta a coagulação sanguínea é raro, costuma ser hereditário e atinge cerca de 350 mil novos pacientes por ano de acordo com a Organização Mundial da Saúde
A
hemofilia é uma doença hemorrágica hereditária ligada ao cromossomo X,
que se caracteriza pela deficiência ou anormalidade da atividade
sanguínea, que afeta diretamente a coagulação do sangue. Por exemplo:
quando cortamos alguma parte do nosso corpo e começa a sangrar, as
proteínas (elementos responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento de
todos os tecidos do corpo) entram em ação para estancar o sangramento, a
chamada coagulação. Portadores de hemofilia não possuem essas
proteínas, por isso sangram mais do que o normal. “Devemos nos preocupar
com a doença sempre que houver um sangramento após pequenos traumas, ou
até mesmo espontâneo, podendo ser hematomas por debaixo da pele e nos
primeiros anos de vida. É importante ressaltar que embora possa existir
algum tipo de histórico familiar, em até 30% dos casos não há nenhum
tipo de ligação com essa patologia”, conta o Dr. Ronald Sérgio, médico
hematologista do HCSG.
Segundo
dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a hemofilia é um distúrbio
raro e estima-se que no mundo existam cerca de 350 mil novos casos por
ano no mundo. “A hemofilia é mais comumente classificada nos tipos A e
B. Pessoas com Hemofilia tipo A são deficientes de fator VIII (oito). Já
as pessoas com hemofilia do tipo B são deficientes do fator IX (nove).
Os sangramentos são iguais nos dois tipos, porém, a gravidade depende da
quantidade de fator presente no plasma (líquido que representa 55% do
volume total do sangue)”, explica o especialista. Os principais sinais
da doença são sangramentos internos, principalmente nos músculos,
podendo se evidenciar também na pele por via de alguma lesão ou
machucado. Ela também pode ser detectada por meio de exames de sangue
laboratoriais.
Tratamento
A hemofilia não cura, porém, uma das alternativas de tratamento é a reposição da proteína deficiente no organismo do paciente por meio intravenoso, ou seja, pela veia. O procedimento pode ser realizado de forma gratuita pelo SUS. “De modo geral, com o tratamento médico adequado, os pacientes hemofílicos conseguem levar uma vida normal, com qualidade, bem-estar e segurança’’, finaliza o especialista.
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