Levantamento da FNP analisou a receita de 24 municípios da região
O
levantamento realizado pelo anuário Multi Cidades - Finanças dos
Municípios do Brasil, iniciativa da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP)
com patrocínio da Huawei e da Tecno It, avaliou a arrecadação anual do
Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) em 24
municípios do Nordeste em 2020. Mesmo num cenário de queda no país,
algumas cidades conseguiram ampliar a receita.
Caso
como o de João Pessoa (PB), que registrou alta de 24,7%, se comparado
ao total em 2019. A capital recolheu R$ 102,4 milhões em 2020, enquanto
que no ano anterior foram R$ 82,1 milhões. Todos os valores foram
corrigidos pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE.
Outro
destaque ficou com São Luís (MA), com acréscimo de 13,7%, totalizando
R$ 130,5 milhões em 2020. Salvador (BA) e Aracaju (SE) também estão
entre as capitais que cresceram na arrecadação, com 5,5% e 4,6%,
respectivamente. Em valores absolutos, Salvador ficou no topo do ranking
das cidades avaliadas que mais arrecadaram em toda a região Nordeste:
R$ 800,5 milhões. A capital baiana conseguiu R$ 41,5 milhões a mais em
sua arrecadação, comparado à 2019, o maior incremento entre as cidades
nordestinas.
A
queda mais acentuada, percentualmente, nas arrecadações do IPTU foi a
de Nossa Senhora do Socorro (SE), município com população de 185.706
habitantes e R$ 4,3 milhões arrecadados em 2020. Por lá, foram 39,7% a
menos na receita do tributo que em 2019, quando registrou R$ 7,1
milhões.
RANKING – AS 10 MAIORES ARRECADAÇÕES DE IPTU NO NORDESTE | Cidades brasileiras de porte médio foram as mais afetadas pela retração do IPTU em 2020
Pela
primeira vez desde 2002, quando teve início a série de dados compilada
pelo anuário Multi Cidades - Finanças dos Municípios do Brasil, a
arrecadação anual do IPTU dos municípios sofreu recuo. Com queda de
2,5%, o recolhimento do tributo em 2020 totalizou R$ 50,23 bilhões, ou
seja, uma perda de R$ 1,29 bilhão na comparação com o exercício
anterior, em valores corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) médio do período.
Tânia
Villela, economista e editora do anuário, explica que um dos fatores
que contribuíram para esse revés foi o aumento da inadimplência com a
pandemia da Covid-19. "Além dos milhares casos de óbitos e de saúde
pública, a pandemia exerceu forte impacto na atividade econômica", disse
ela, concluindo que, diante da queda do nível de rendimento da
população e da pressão exercida pelo desemprego, muitas famílias
deixaram de pagar o IPTU em 2020.
À
exceção do Sul, todas as demais regiões do país registraram decréscimos
nesse indicador. Puxados pelo bom desempenho registrado em Porto
Alegre-RS (10,5%), Ponta Grossa-PR (10,1%), Londrina-PR (4,3%) e
Florianópolis-SC (3,4%), os municípios sulistas assinalaram alta de 1,3%
na média. As demais regiões amargaram quedas, sendo a mais intensa
observada no Sudeste, de 3,3%, que concentra quase dois terços da
arrecadação do tributo no país. No Centro-Oeste, Norte e no Nordeste, as
taxas foram de -2,8%, -2,6 e -2,1%, respectivamente.
A
baixa na arrecadação do IPTU foi sentida com mais intensidade nas
cidades de médio e grande porte populacional, com taxas mais acentuadas
naqueles cuja população vai de 200 mil a 500 mil habitantes (-5,2%). Nos
municípios com os menores portes populacionais o desempenho foi quase
que estável, com declínio de 0,3% naqueles com até 20 mil habitantes e
de 0,5% nos que têm entre 20 mil e 50 mil residentes.
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| RANKING - AS 10 MAIORES ARRECADAÇÕES DE IPTU DO PAÍS EM 2020 |
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| Desempenho primeiro semestre de 2021
A
receita de IPTU apresentou recuperação durante o primeiro semestre de
2021. A arrecadação foi 7% maior que a do mesmo semestre do ano
anterior, com valores já corrigidos pelo IPCA. Em comparação a 2019,
período pré-pandemia, o resultado também foi satisfatório, apesar de
mais brando, com expansão de 4,1%.
"A
principal razão desse crescimento foram os novos programas de
antecipação do pagamento do tributo mediante descontos, que incentivaram
o contribuinte a quitar suas dívidas e, por consequência, frearam o
aumento da inadimplência. Além disso, a própria retomada da economia no
primeiro semestre de 2021, ainda que branda, também contribuiu", analisa
a economista Tânia.
Os
efeitos podem ser notados em todas as regiões e faixas populacionais.
Entre as regiões, destacam-se a maior taxa de crescimento dos municípios
do Nordeste (16,8%), seguido do Sudeste (15,5%) e do Norte (15,3%), e a
menor, no Sul (4,1%). No Centro-Oeste foi de 12,4%, comprado o primeiro
semestre de 2021 com o de 2020.
Consulte o anuário completo em: www.fnp.org.br ou www.aequus.com.br/publicacoes/multi-cidades/ C2 Comunicação - Aline Diniz e Évelin Sala |
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Email: jornalismo2@c2press.com.br |
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