San José, 18 de janeiro de 2022 (IICA) - Com
forte respaldo dos ministros da Agricultura das Américas e funcionários
internacionais, Manuel Otero tomou posse como diretor-general do
Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) para o
período 2022-2026. Trata-se do segundo período consecutivo do argentino à
frente do organismo do sistema interamericano especializado em
desenvolvimento agropecuário e bem-estar rural.
“A
grande capacidade de coordenação de Otero serviu para avançar em temas
fundamentais para a agricultura no Hemisfério. Esperamos que o IICA
continue apoiando os países para proteger a agricultura e o comércio
livre e justo. A agricultura tem um papel fundamental para gerar renda e
emprego e garantir a segurança alimentar e nutricional. O IICA é a Casa
da Agricultura das Américas e contamos com você”, disse a ministra da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, que tomou o
juramento de Otero na cerimônia de posse na condição de presidente da
Junta Interamericana de Agricultura (JIA).
Otero,
que teve seu trabalho a favor da sustentabilidade dos sistemas
alimentares do continente destacado pelas autoridades internacionais
presentes na cerimônia virtual de posse, e Javier Manzanares,
subdiretor-executivo do maior fundo de financiamento climático do mundo,
o Fundo Verde do Cima (GCF, na sigla em inglês), anunciaram que vão
trabalhar em um projeto para buscar reduzir as emissões de metano da
pecuária das Américas, iniciativa que será financiada com recursos da
ordem de US$ 100 milhões. O metano é um dos principais gases de efeito
estufa.
Redução de Emissões da Agropecuária
- O primeiro passo da iniciativa, que vai contribuir para o
desenvolvimento de processos produtivos mais eficientes e abrirá
oportunidades tanto para o setor público quanto privado de apresentar
seus projetos, será a realização de estudos de viabilidade, graças a um
aporte de US$ 1,5 milhão do GCF.
Com
sede na Coréia do Sul, o GCF é um findo criado pela Convenção Marco das
Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, com uma carteira de US$ 20
milhões, cuja missão é ajudar países em desenvolvimento a desenvolver
práticas de adaptação Às mudanças climáticas e à mitigação de seus
efeitos.
Em
julho do ano passado, o Fundo credenciou o IICA para implementar
projetos financiados pela sua carteira de créditos, o que permite que o
organismo hemisférico acesse recursos que apoiem iniciativas de
adaptação e resiliência climática da agricultura e da ruralidade nos
países das Américas. Dos meses depois, as duas instituições assinaram um
acordo para apoiar as iniciativas de adaptação e resiliência climática
da agricultura e da ruralidade nos países das Américas.
Manzanares
explicou que a agricultura é um setor crítico na problemática das
mudanças climáticas, já que é responsável por cerca de 25% das emissões
de gases e, por outro, sofre com as consequências na forma de fenômenos
climáticos extremos.
“O
IICA se converteu em um veículo para atrair recursos do Fundo em
matéria de agricultura, florestas e outros usos da terra, já que foi
aprovado seu credenciamento e foi assinado o documento legal para
instrumentalizar este tipo de ajuda”, explicou.
Durante
a última Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP
26 de Glasgow, o GCF aderiu às declarações assinadas por mais de 100
países que se propuseram a reduzir em 30% as emissões globais de metano
até 2030.
“Se
conseguirmos atingir esse objetivo, o aquecimento projetado hoje será
reduzido em 0,2 grados Celsius”, disse Manzanares, para quem o IICA “tem
as atribuições necessárias para ser um facilitador da relação entre os
ministros de Agricultura das Américas e o GCF”, e destacou o papel do
IICA como ponte entre o setor agropecuário das Américas e de outras
regiões e, neste sentido, elogiou o estabelecimento de relações com o
continente africano, como o Diálogo marcado de hoje entre ministros de
Agricultura da América Latina, Caribe e da África, organizado pelo IICA e
pela Aliança para a Revolução Verde na África (AGRA, na sigla em
inglês).
“O
IICA também pode ser um parceiro relevante dos Estados no mercado de
crédito de carbono, tanto obrigatórios como voluntario. Há dezenas de
projetos de qualidade no setor agrícola, florestal e de outros usos da
terra”, disse.
O
diretor-geral do IICA destacou a importância da notícia no caminho de
uma produção agropecuária mais sustentável nas Américas. “O IICA vai
colocar seus melhores quadros técnicos e sua capacidade de diálogo para
avançar em uma transformação sustentável dos sistemas agroalimentares da
região”, disse Otero, que reafirmou o compromisso do Instituto com os
esforços globais de mitigação das mudanças climáticas especialmente no
âmbito da adaptação e suas consequências.
“Com
este projeto, buscamos aumentar a eficiência dos sistemas produtivos na
cadeia da pecuária, que tem recebido muitas críticas e pouca
compreensão com relação aos avanços que têm sido realizados. É uma honra
ser um aliado do Fundo Verde do Clima”, completou Otero.
Além
de Mazanares e da ministra Tereza Cristina, participaram da cerimônia
de posse o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA),
Luis Almagro; o ministro de Relações Exteriores e Culto da Costa Rica,
Rodolfo Solano Quirós; o ministro de Agricultura, Pecuária e Pesca da
Argentina, Julián Domínguez; o secretário de Agricultura e
Desenvolvimento Rural do México, Víctor Villalobos; o ministro de
Agricultura e Pecuária do Paraguai e presidente do Comitê Executivo do
IICA, Santiago Bertoni; o ministro de Agricultura de São Vicente e
Granadinas, Saboto Caesar; o ministro da Agricultura e Pecuária da Costa
Rica, Renato Alvarado; o ex-presidente da República Dominicana e
embaixador de Boa Vontade do IICA Hipólito Mejía; o ministro da
Agricultura da Guiana, Zulfikar Mustapha; o secretário de Agricultura e
Pecuária de Honduras, Maurício Guevara, e o ministro da Agropecuária da
Nicarágua, Edward Centeno.
Sobre o IICA
É
o organismo internacional especializado em agricultura do Sistema
Interamericano. Sua missão é estimular, promover e apoiar os esforços de
seus 34 Estados-membros para alcançar o desenvolvimento agrícola e o
bem-estar rural, por meio da cooperação técnica internacional de
excelência.
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