MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Escola da Inteligência dá dicas de práticas socioemocionais e acolhimento para a volta às aulas presenciais

 


O retorno às aulas presenciais está acompanhado de muitos desafios: recuperar o possível atraso de conteúdo, ter cuidado para que os protocolos de saúde sejam seguidos e, principalmente, lidar com as emoções de alunos, famílias e educadores.


“Sabemos que a escola que foi fechada total ou parcialmente em março de 2020 será uma nova escola. Alunos, professores e funcionários podem ter adoecido neste período - física ou emocionalmente -, alguns voltarão enlutados. Regressaremos para uma escola na qual as pessoas não poderão se abraçar. Por isso, o nosso trabalho com a comunidade escolar tem sido despertar a consciência de que precisamos construir novas formas de demonstrar afeto”, explica Camila Cury, psicóloga e fundadora da Escola da Inteligência.


Tudo isso gera muita angústia e medo, mas é possível diminuir o índice de ansiedade, evitar o pânico e desenvolver a consciência social. Para esse novo momento, a Escola da Inteligência sugere compreender como os estudantes, famílias e equipes passaram por esse período de isolamento.


“Nos primeiros dias ou até as primeiras semanas da retomada, é importante trabalhar práticas de acolhimento. Mais do que nunca, a parceria família e escola precisa ser fortalecida para que os estudantes passem por este período com inteligência emocional e levem na bagagem da vida competências e habilidades essenciais para este novo mundo”, diz Camila Cury.


“Nós vamos ter que lidar com vários desafios, mas os aspectos emocionais vão interferir diretamente na dinâmica cognitiva. Não basta aumentar as horas de reforço ou empilhar informação no córtex cerebral, se nós não trabalharmos com o medo e a ansiedade dos alunos. Enfrentaremos um cenário muito hostil e os transtornos emocionais que já vinham sendo protagonistas desta geração”, completa Camila.

 

Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), apontam que 45% dos jovens, no mundo, apresentam sintomas de depressão, 43% já tiveram episódios clássicos de ansiedade e que o suicídio já é a segunda maior causa de morte na faixa etária de 15 a 29 anos, perdendo apenas para acidentes de carro.

 

“Antes da pandemia, já tínhamos que enfrentar uma geração com muitos desafios emocionais, com famílias desestruturadas, professores angustiados e deprimidos. Agora, o cenário pede mais atenção pois a educação vai ter que se deparar com uma juventude desorientada”, afirma Camila.

 

Confira algumas dicas da Escola da Inteligência para retomar as aulas presenciais de maneira acolhedora:

 

1.    Sugerir uma saudação diferenciada. Quando as aulas voltarem, os abraços e beijos ainda não serão possíveis como forma de demonstrar carinho e cumprimento. Que tal trocá-los por uma saudação diferenciada? Uma reverência, uma música, por exemplo. É possível trabalhar a empatia e buscar conhecer as variedades de cumprimentos que existem no mundo e ressaltar as diversidades culturais. Pode ser um “tchauzinho” com as mãos, autoabraço ou envio de beijos. Outra ideia é estimular o lado artístico na volta às atividades presenciais com maior frequência: alunos fazendo “passinhos” como forma de cumprimento ou sendo recebidos na escola por algum amigo cantando ou tocando uma música.

 

2.    Atividade expectativa/realidade. Logo no início da volta às aulas com maior frequência das atividades presenciais, uma sugestão é fazer uma dinâmica com os alunos para compreender como se sentem e gerenciar a ansiedade do retorno. Uma atividade pode ser dobrar a folha ao meio e fazer um traço. De um lado da folha, na parte superior, os alunos devem escrever a pergunta: como será a volta às aulas presenciais? Na outra parte da folha: como eu gostaria que fosse?

 

Após a escrita ou desenho, todos podem refletir e dialogar sobre as expectativas e realidades que poderão encontrar neste retorno, expressar os sentimentos que surgirem. Trata-se de uma forma de descobrir que os sentimentos e emoções que foram compartilhados também são divididos pelos colegas e que não estão sozinhos.

 

3.    É possível também fazer dinâmicas para criar máscaras com pano de algodão e feltro com desenhos que expressem sentimentos saudáveis. Nesse cenário da pandemia, não podemos ver os sorrisos de cada um, pois estão todos de máscaras. Então, os sorrisos podem ser substituídos por máscaras com desenhos sorridentes.

 

4.    Ou ainda montar moldes de beijos e abraços em palitos de picolé ou churrasco para despertar a consciência de que neste momento não devemos nos tocar e que precisamos construir novas formas de demonstrar afeto. Isso estimula algumas competências socioemocionais, como empatia, criatividade, autocuidado e consciência social.

 

5.    Há muitas outras atividades que podem ser criadas para tornar essa volta às aulas mais confortável, como um calendário de emoções com desenhos ou descrição dos sentimentos ou brincadeiras em que se explique de forma bem didática sobre os cuidados no dia a dia da rotina escolar.

 

6.    Ajudar a voltar a uma rotina de forma agradável – Em casa ou na escola, envolva as crianças e os adolescentes no planejamento e produção da nova rotina. Assim, será possível ganhar a confiança deles e desenvolver a autonomia. Ainda, conhecendo as atividades e horários, os estudantes ficam menos ansiosos e mais cooperativos.

 

7.    Como lidar com o luto – muitas crianças e profissionais da educação perderam familiares e amigos para a Covid-19. Diante deste momento de luto e de sofrimento, é importante que a escola seja esse ambiente de acolhimento e empatia. Que seja um espaço com atividades que propiciem a escuta mútua, como rodas de conversa e produção de textos, desenhos ou outras formas de expressar e validar os sentimentos.

Sobre a Escola da Inteligência

Presente em mais de mil instituições de ensino do Brasil que atendem cerca de 300 mil estudantes, a Escola da Inteligência (EI) é o maior programa de educação socioemocional do Brasil. Fundada em 2010, a EI busca desenvolver as habilidades emocionais e de consciência social de jovens estudantes, com o auxílio de materiais audiovisuais, impressos e digitais, bem como a formação de professores e apoio para as famílias. O programa contempla as dez competências fundamentais para a formação integral do aluno, exigidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), do Ministério da Educação e mais de 50 outras habilidades e competências socioemocionais essenciais para a formação do ser humano.

 

A metodologia promove, por meio da educação das emoções e da inteligência, a melhoria dos índices de aprendizagem, redução da indisciplina, aprimoramento das relações interpessoais e o aumento da participação da família na formação integral dos alunos. O programa é fundamentado na Teoria da Inteligência Multifocal, idealizada pelo escritor e psiquiatra Augusto Cury, que analisa o funcionamento da mente e a formação de pensadores. Entre as mais de 50 habilidades e competências que o programa desenvolve estão o gerenciamento das emoções, o autoconhecimento, a resiliência, pensar antes de agir e reagir, além do trabalho que influencia no combate e prevenção ao bullying e drogas.


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