Em poucos meses, as decisões progressistas do governo de Joe Biden começam a afetar a vida de milhões de norte-americanos. Victor Davis Hanson para The Daily Signal, com tradução para a Gazeta do Povo:
Os
norte-americanos estão cada dia com mais raiva, mas é uma raiva
diferente de revoltas como a da maioria silenciosa dos anos 1960 ou o
movimento Tea Party de uma década atrás.
A
raiva, desta vez, não é instilada pelos conservadores. Pela primeira
vez na vida, os norte-americanos de todas as classes e raças estão
começando a temer um apocalipse que ameaça a segurança da família e o
modo de vida norte-americano.
As
fronteiras não são apenas tão porosas quanto eram na era pré-Trump.
Elas praticamente inexistem. Cerca de 2 milhões de pessoas as cruzaram
ilegalmente no atual ano fiscal — e com uma impunidade total. Não há
nenhum esforço para detê-las. As autoridades convocam diariamente os
norte-americanos para que eles sejam examinados e vacinados contra a
Covid-19. Mas nada dizem sobre os imigrantes ilegais, alguns sem dúvida
infectados pelo vírus.
Alguma
vez tivemos um presidente que destrói explicitamente a lei federal de
imigração e que pede aos norte-americanos o que não pede aos que entram
ilegalmente no país?
O
presidente Joe Biden também decretou a proibição de despejos,
desafiando uma decisão da Suprema Corte. Ele acrescentou que talvez não
tenha autoridade para desafiar uma decisão do tribunal, mas que não se
importava com isso.
Quanto
a destruir a lei de imigração, o presidente parece ignorar ou até se
orgulhar de estar propositadamente passando por cima da Constituição.
Os Estados Unidos tampouco viram esforços tão claros e multifacetados para minar as bases do capitalismo de mercado.
Numa
época de PIB em ascensão, baixo desemprego e falta recorde de mão de
obra, Biden anunciou que os locatários podem continuar sem pagar o que
devem aos locadores — mesmo depois de um ano de moradia gratuita.
Numa
economia em recuperação e em meio a uma dívida recorde, o governo ainda
dá aos desempregados benefícios muito maiores do que o salário que eles
receberiam se estivessem trabalhando.
Tal
insanidade significa não só que a escassez de mão de obra prejudica a
produção de bens e serviços aos consumidores como também o novo ethos
institui a ideia perniciosa de que é melhor ficar ocioso em casa do que
conseguir um emprego e ser uma pessoa produtiva.
Biden
também cogita expandir a anistia ao pagamento de US$ 1,7 trilhões em
créditos estudantis. Isso só servirá para promover a ideia de que quem
pega dinheiro emprestado não tem obrigação moral ou legal de pagar os
credores.
Ninguém
parece reconhecer que tanto os estudantes quanto as universidades que o
levaram a contrair empréstimos sabiam dos riscos. Enquanto isso,
milhões de jovens, os trabalhadores que não foram para a universidade e
aqueles que quitaram suas dívidas ou cujos pais economizaram durante
anos para pagar a mensalidade subsidiarão os caloteiros pagando impostos
mais altos.
A
inflação está voltando. Os preços mais altos são o resultado direto do
desincentivo ao trabalho e do desestimulo às indústrias de alimento,
petrolífera, madeireira e mineradora.
As
altas taxas de criminalidade tampouco são acaso. O aumento da
criminalidade é o resultado lógico da soltura de milhares de
presidiários, da difamação da polícia e da eleição de prefeitos e
procuradores que acreditam que o crime é culpa da sociedade, não do
bandido.
Como reação, milhões de norte-americanos hoje em dia simplesmente evitam o caos das grandes cidades nos estados democratas.
As
relações raciais retrocederam 50 anos. Sob a guarda do racialismo, a
cor da nossa pele agora é considerada essencial para o que somos.
Muitos
americanos ainda vivem integrados e assimilados, tantos mais em
casamentos inter-raciais. Mas a revolução progressista atual é um
esforço da elite para achincalhar uma nação autocrítica e em constante
aperfeiçoamento como se ela fosse uma espécie de inferno racista
contemporâneo.
George
Orwell diria que esses marxistas culturais tomam o poder no presente
para reinventar o passado a fim de controlar o futuro.
Todo esse caos multifacetado não é conversa de botequim. Estamos começando a ver a loucura coletiva afetar nossa vida cotidiana.
Empresas aéreas não conseguem decolar por falta de combustível. Há escassez de carros, casas, gasolina e madeira.
As
pessoas não conseguem consertar os telhados ou pintar as casas e nem
aparar o jardim, uma vez que os consumidores agora têm de lidar com
trabalhadores ociosos que recebem subsídios do governo para ficarem à
toa.
Muitos
norte-americanos perderam a fé no FBI, na CIA, no Pentágono e nos
Centros de Controle de Doenças, bem como de muitos outros órgãos
governamentais incompetentes e politizados.
O
que nasceu como uma bobagem da elite agora afeta a vida cotidiana. Se
não despertarmos desse pesadelo, continuaremos no caminho da paralização
sistêmica que acompanha o colapso civilizacional.
Victor Davis Hanson é historiador da Hoover Institution em Stanford.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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