VERDINHO DE ITABUNA
A ministra Kátia Arruda, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), marcou
para esta sexta-feira (11), às 15h, uma audiência de conciliação sobre a
greve dos trabalhadores dos Correios. A audiência será realizada por
meio de videoconferência e com participação restrita aos representantes
dos sindicatos dos funcionários, da empresa e do Ministério Público do
Trabalho (MPT).
Os funcionários da estatal entraram em greve no dia 17 de agosto diante das discussões do novo acordo coletivo.
Segundo a ministra, que é relatora do processo de dissídio, a audiência
será uma tentativa de buscar uma solução consensual para o impasse e
evitar que o caso seja levado para julgamento na Seção de Dissídios
Coletivos.
No mês passado, após fracasso nas primeiras tentativas prévias de
conciliação, o ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho determinou
que o caso seja levado para julgamento. O ministro propôs a manutenção
das 79 cláusulas do acordo coletivo assinado no ano passado, com
permanência dos atuais benefícios concedidos aos funcionários, mas sem
reajuste nas cláusulas econômicas. A proposta foi aceita pelos
sindicatos que participam das negociações, mas os Correios se
manifestaram somente pela continuidade de nove cláusulas.
De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos
Correios e Similares (Fentect), a greve foi deflagrada em protesto
contra a proposta de privatização da estatal e pela manutenção de
benefícios trabalhistas. Segundo a entidade, foram retiradas 70
cláusulas de direitos em relação ao acordo anterior, como questões
envolvendo adicional de risco, licença-maternidade, indenização por
morte e auxílio-creche, entre outros benefícios.
Além disso, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu o
prazo de vigência do acordo coletivo também contribuiu para o impasse.
No ano passado, o TST definiu que o acordo seria válido de 1º de agosto
de 2019 até 31 de julho de 2021. No entanto, no mês passado, a Corte
atendeu a uma liminar dos Correios e definiu que o acordo tem validade
somente por um ano e perdeu a validade em agosto.
Após o fracasso das primeiras tentativas de acordo, os Correios
declararam que aguardam o julgamento do dissídio no TST e afirmam que o
fim da greve é essencial para a população. De acordo com o comunicado, a
empresa teve suas receitas impactadas pela pandemia da covid-19 e “não
têm mais como suportar as altas despesas”, incluindo benefícios que “não
condizem com a realidade atual de mercado”.
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