
Charge do Duke (domtotal.com)
O ideólogo gaúcho Percival Puggina é um homem de direita, confesso. Seus valores e princípios não são os mesmos de pessoas comuns – estou deixando de lado a esquerda porque tem os mesmos pensamentos. Ou seja, muito antes dos negócios, do lucro, da economia, a vida como algo incomparável, e que se deve preservar o máximo possível e imaginável, isso não é a ideia corrente da direita e da esquerda.
A intenção de Puggina é de se inserir na mesma linha governamental, em que o objetivo principal para a nação não seria o povo pobre e miserável sobreviver, mas sim o dinheiro, a economia, as arrecadações de impostos.
VIDA OU TRABALHO – Assim, alega o pessoal de direita que as mudanças decorrentes do avanço da pandemia foram os culpados pelo número de óbitos, sem levar em conta o desprezo que o governo desde o início deu ao coronavírus, pois sua maior atenção e seus cuidados, preocupação e avisos, recaiam sobre o emprego.
Curiosamente, e demonstrando a sua sordidez, Bolsonaro omite que o desemprego antes da pandemia estava alto, com milhões de pessoas se transferindo para a economia informal e tentar sobreviver.
Não foi o vírus o causador do desemprego. Ele pode ter contribuído para os índices crescerem, mas a economia nacional estava sangrando há muito tempo, antes de Bolsonaro.
TOTAL OMISSÃO – O problema do atual presidente diz respeito à sua total omissão em aguardar que o mercado reagisse depois da reforma da Previdência, que não aconteceu.
Puggina queria a continuidade do comércio e da indústria, pouco se importando com o contágio entre as pessoas, pois descartáveis, uma vez que pertencem à população, à massa anônima que sustenta esta nação e suas elites, castas e poderosos do sistema financeiro!
Se o articulista fosse mesmo um defensor do desempregado, desde o início da posse de Bolsonaro deveria lhe cobrar políticas de incentivo ao trabalho. Não escreveu um artigo que fosse.
CULPA DA PANDEMIA? – Logo, ao querer apontar as falhas da pandemia ou do isolamento social como as responsáveis pela situação do cidadão, do trabalhador, o gaúcho não está sendo correto na sua análise, e deixa explícito que o dinheiro vale mais do que as vidas humanas que se perderiam em seus locais de trabalho em números muito maiores.
Nesse caso, o meu repúdio ao artigo em tela. E critico veementemente Puggina porque não postou uma palavra que fosse com relação aos custos da máquina pública, durante a pandemia.
O parlamento não abateu um centavo dos vencimentos milionários que recebem; o Judiciário e o Executivo, da mesma forma. Nenhum servidor público da elite deixou de receber seus vencimentos acima do teto estipulado por Lei!
CULPA DO POVO? – Puggina está sendo muito claro que caberia ao povo se imolar em benefício dos negócios dos potentados, dos ricos, dos empresários, dos industriários, dos Três Poderes do sistema bancário e financeiro.
A morte pela pandemia seria natural, mas, em compensação, o trabalhador teria o seu salário e emprego “garantidos”. Ou seja,, depois da morte do trabalhador, seus patrões continuariam a pagar os vencimentos aos familiares do morto!
De mais a mais, já são 121 mil mortos, ninguém tem o direito de externar suas teorias, suas teses, suas ideias, especulando o que teria acontecido se agissem desta ou daquela maneira.
Mais de uma centena de milhares de mortos é um número estarrecedor, apavorante, ainda mais que não parou, segue adiante diariamente. Enfim, eis o povo brasileiro: descartável, desprezado, desconsiderado, abandonado!
SUSTENTO DAS PESSOAS – Acho risível para não dizer trágico, que o governo se jacte do auxílio de 600,00 dados nos primeiros 90 dias da pandemia, que irá diminuir até o final desse ano, enquanto os poderes constituídos não abriram mão de um real que fosse para auxiliar no combate à pandemia, e vem Puggina ainda querer comentar sobre o sustento das pessoas se mantivessem suas ocupações e funções!
O fim do artigo de Puggina é horripilante! Não se deve buscar o sustento para se viver, mas oferecer a vida para se conseguir sustentá-la! Ou assim ou que a vida deve ser perdida por inútil!
Portanto, o articulista confirma e repete que a existência do povo é descartável. Ou seja, se deixou de trabalhar, morreu merecidamente!
Nenhum comentário:
Postar um comentário