"Democracia”, para eles, é a destruição do Estado e suas instituições. O
fim da religião e da imprensa. Antifas querem o caos. São o “braço
armado” dos anarquistas: os black blocs. Coluna de Leonardo Coutinho
para a Gazeta do Povo:
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avisou. Vai declarar o
movimento antifascista, conhecido como Antifa, como organização
terrorista. Tenho lido algumas coisas de gente assombrada por causa
disso. “Como lutar contra o fascismo pode ser chamado de terrorismo?”.
Ou mais: “Como criminalizar quem luta pela democracia?”
A questão é que os antifas não lutam por democracia alguma. Sendo
justo, “democracia” para eles é a destruição do Estado e suas
instituições. O fim da religião e da imprensa. Antifas querem o caos.
São o “braço armado” dos anarquistas: os black blocs.
Voltando ao terror antifa. É apenas um justo reconhecimento pelo que
fazem hoje e seus genitores, os anarquistas, fizeram. O terrorismo
moderno tem origem nessas organizações. O curioso é que foram eles
mesmos que se autodenominavam terroristas.
Os anarquistas da Narodnaya Volya (Vontade do Povo) foram os
pioneiros. Eles realizaram um atentado a bomba que resultou na morte do
czar Alexandre II, em 1881. A academia definiu o evento como o início da
“primeira onda do terrorismo”. A violência se alastraria pela Europa.
O terrorismo anarquista foi responsável pela morte do presidente
francês Marie-François-Sadi Carnot (1894); da rainha Elisabeth, da
Áustria (1898); e do rei Umberto I, da Itália (1900). Este é o DNA
antifa.
A violência política atravessou o Atlântico e em 1901, o 25º
presidente dos Estados Unidos, William McKinley foi assassinado a tiros
por um anarquista de origem polonesa. Um caso, infelizmente,
negligenciado pela história.
Em 2013, vi nas ruas de São Paulo a eclosão do embrião black bloc
brasileiro. Eram poucos, muito poucos. O poder deles era o de detonar a
confusão. São os “organizadores do caos” como descrevi em um texto
naquele ano. O que vimos neste domingo em São Paulo, nos protestos
contra o presidente Jair Bolsonaro, foram gangues copiando o modelo.
É bizarro ver vandalismo sendo chamado de “defesa da democracia”. A
ignorância e a má-fé são terrenos férteis para esse tipo de truque. Ou
por falta de vocabulário, ou pela utilização marota dele, o mais cômodo é
entalar tudo aquilo que não gostam sob o rótulo de fascista.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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