Em mais uma polêmica, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
sugeriu a injeção de desinfetante e o uso de raios ultravioletas como
forma de “limpar os pulmões” e eliminar o novo coronavírus (Sars-CoV-2).
A fala inapropriada ocorreu nesta quinta-feira (23), durante a
tradicional coletiva de imprensa sobre a pandemia, após a explicação do
diretor da divisão de ciência e tecnologia do Departamento de Segurança
Interna, Bill Bryan, de que testes em laboratório mostraram que o vírus
não sobrevive por muito tempo em ambientes “quentes e úmidos” por conta
da exposição ao sol. “Vamos supor que conseguimos trazer a luz para
dentro do corpo, através da pele ou de algum jeito. E julgo ter ouvido
que iríamos testar isso também porque parece interessante. E veja o
desinfetante, que consegue acabar com o vírus em um minuto. Deve ter
alguma forma de injetar isso, quase uma limpeza para chegar aos
pulmões”, disse aos presentes. A reação da comunidade médica e
científica norte-americana e internacional foi uníssona e disse que as
declarações de Trump são “perigosas e irresponsáveis”. O comissário da
Administração de Remédios e Alimentos (FDA), órgão federal responsável
pela regulação dos medicamentos nos EUA, Stephen Hahn, foi um dos
primeiros a pedir para que as pessoas não sigam a ideia do mandatário.
“Não queremos que pessoas tentem resolver sozinhas qualquer problema. E
não, eu nunca recomendaria a ingestão de desinfetante”, destacou Hahn,
que inclusive é um dos membros da equipe que faz a gestão da pandemia.
Até mesmo membros da indústria de produção de desinfetantes se
manifestaram contrários à ideia. Uma das maiores empresas do setor, a
produtora britânica RB, afirmou que “como líder global na produção de
produtos de higiene e saúde, é nossa obrigação esclarecer que, sob
nenhuma circunstância, os nossos produtos devem ser administrados para
dentro do corpo humano: seja através de injeção, ingestão ou qualquer
outra via”. (Ansa)
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