Ozíris Silva é um raro cidadão motivo de orgulho para o povo
brasileiro. Seu nome se confunde com a história da EMBRAER, da qual é o
pioneiro, e a presidiu por 20 anos, desde a sua fundação,em 1969,época da chamada
“ditadura” militar.
Ozíris foi Oficial Aviador e Piloto da
Força Aérea Brasileira,voando no Correio Aéreo Nacional (FAB) durante 5 anos. Dentro da sua brilhante biografia,foi uma espécie de “Saint-Exupéry”
(autor de “Pequeno Príncipe”),filósofo, escritor, e aviador francês, que também
chegou a voar o correio aéreo
Europa-Brasil, entre os anos de 1929 e 1931, atravessando o Oceano
Atlântico,sozinho,num monomotor.Uma das escalas do “correio” era no “Campéche”,Florianópolis,numa
pista de areia.Os “catarinas” chamavam-no de “Zé Perri”.
Ozíris Silva também presidiu a Varig e a Petrobrás, dentre outras empresas.
Durante os vinte anos em que o “espírito” de Ozíris esteve
presente na EMBRAER, a empresa só cresceu,“repelindo” o complexo de “viralatas”,
que ainda contamina muitos brasileiros.Nesse tempo a EMBRAER já fabricava aviões comerciais,executivos e
militares,todos de grande sucesso mundial.
Mas bastou o Regime Militar entregar o comando do país aos
políticos,em 1985,que eles já começaram a “esculhambar” essa empresa,não
demorando para que “afastassem” Ozíris
Silva,que certamente seria um empecilho
na nova ordem em vista: negociatas e corrupção.
Finalmente ,em 1994,no Governo de Itamar Franco,que tinha à
frente do Ministério da Fazenda Fernando
Henrique Cardoso,resolveu privatizar a EMBRAER. Foi o “embrião” da “privataria
tucana”, que iria se instalar a partir do ano seguinte (1995).
A partir da sua privatização, a EMBRAER deixou de crescer na
medida mais prudente , e passou a ter um crescimento descontrolado, a “inchar”,apesar
do grande sucesso mundial na sua linha produção dos jatos comerciais ERJ-145,ERJ-145 ,e EMBRAER E-170,175,e 195
e,mais recentemente do cargueiro KC-390.
A “corrupção”passou a fazer parte das “operações” rotineiras
da EMBRAER,tanto que em 2016 ela foi
condenada a pagar pela Justiça Americana a exorbitante quantia de US$ 206
milhões de multa, por pagar propinas em negociações na Índia,Arábia
Saudita,República Dominicana e Moçambique.
A recente negociação da EMBRAER com a BOEIN G (uma “joint
venture”), ”abortada” pela americana, alegadamente por motivos da nova
conjuntura mundial,inclusive reforçada pela
“peste da China”, pela qual 80% da produção dos jatos comerciais da
EMBRAER passariam às mãos da BOEING,
pelo que a EMBRAER receberia US$ 5,26 bilhões nessa negociação, jamais poderia
ter causado um impacto tão grande à empresa brasileira,chegando ao ponto de
“vida-ou-morte”,ou mesmo da sua completa humilhação e desmoralização ,em virtude do fracasso das
negociações, quando a brasileira chegou
a “implorar’ reconsideração da americana. Como deixaram a EMBRAER chegar à essa
situação de “desespero”? Quem são os responsáveis”? Como jogar fora assim
,gratuitamente, um dos maiores feitos do Regime Militar?
Mesmo o Presidente Jair Bolsonaro não tendo exercido o seu direito
de “vetar” essa venda da EMBRAER à BOEING,portanto,concordando com dita
negociação, na verdade a EMBRAER já havia deixado de ser “autenticamente” brasileira ,desde a
sua privatização. Ela ainda é uma empresa brasileira,mas só para “inglês ver”,
porém comandada por grupos de interesses estrangeiros, principalmente fundos
americanos.
É uma lástima o que fizeram com a EMBRAER !!!
Sérgio Alves de Oliveira
Advogado e Sociólogo
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