MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 25 de abril de 2020

Apesar das provas contra Bolsonaro, líderes do Congresso evitam discutir eventual processo de impeachment


Charge do Milton Cesar (midiamax.com.br)
Thais Arbex
O Globo
Líderes no Congresso classificaram como graves as provas apresentadas pelo agora ex-ministro Sergio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro, mas dizem que a discussão de um processo de impeachment depende de o “povo pedir”. A chamada voz das ruas, lembram, foi determinante para que a petista Dilma Rousseff (PT) fosse deposta do cargo.
Sem manifestações e, diante da imprevisibilidade dos próximos capítulos da crise, líderes adotam o tom de cautela e dizem que o momento não é o de colocar “lenha na fogueira”.
BARGANHA – Pesa também o fato de que, politicamente menor, Bolsonaro poderá ser forçado a ceder mais aos desejos do Congresso. Nesse cenário, o presidente, admitem parlamentares, fica refém do Parlamento — seja na própria pauta Legislativa ou na distribuição de cargos. Ou seja, Bolsonaro será forçado a estabelecer outra forma de relacionado com o deputados e senadores, o que inclui também o arrefecimento dos ataques de sua tropa nas redes sociais.
Em conversas durante toda a sexta-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que não se posicionaria publicamente sobre o episódio envolvendo Moro. Responsável por decidir se abre um processo de impeachment de Bolsonaro, Maia, segundo aliados, não tem nada a ganhar ao se pronunciar neste momento em que sua relação com o Palácio do Planalto está desgastada. O silêncio proposital foi incentivado por seus pares na Câmara.
GUARIDA – Parlamentares também dizem que, assim como acontece no Judiciário, o agora ex-ministro Sergio Moro também não encontra guarida no Legislativo. Políticos experientes dizem que, no fim das contas, a falta de traquejo político do ex-juiz acabou beneficiando Bolsonaro neste primeiro momento.
Apesar de ter uma base de apoio considerável tanto na Câmara quanto no Senado, o ex-juiz da Lava Jato colheu mais derrotas do que vitórias no Parlamento. No fim do ano passado, por exemplo, o Legislativo aprovou uma versão desidratada do pacote anticrime, meninas dos olhos de Moro.
Deputados e senadores deixaram de fora do texto algumas das principais bandeiras do ex-juiz da Lava Jato, como o excludente de ilicitude, a prisão em segunda instância e o acordo de “plea bargain”. E aprovaram o juiz de garantias, proposta sancionada por Bolsonaro contrariando Moro.

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