MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

"Maior dos crimes do PT foi permitir que o pobre subisse um degrau", diz Lula


Em festival que comemora os 40 anos do partido, ex-presidente rejeitou pedidos de autocrítica e atacou 'uberização' do emprego

Tribuna da Bahia, Salvador
10/02/2020 10:44 | Atualizado há 1 hora e 48 minutos
   
Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press

O ex-presidente Lula rejeitou neste fim de semana, durante participação no Festival PT 40 anos, que celebra o aniversário da sigla, os pedidos de autocrítica feitos ao partido durante os últimos anos. Ele aproveitou ainda para defender que o maior dos crimes cometidos foi permitir a escalada social da camada mais pobre da população brasileira e a criticar a forma com que caminha o mercado de trabalho, atacando a 'uberização' do emprego.
No evento de celebração aos 40 anos da legenda, o petista subiu ao palco ao lado do ex-presidente uruguaio 'Pepe' Mujica, que também foi muito bem recebido pelos cerca de 5.500 militantes presentes. O discurso de Lula voltou a tratar os pedidos de autocrítica feitos ao partido. Ele reconheceu que o PT já errou, mas disse que "o maior dos crimes foi permitir que o pobre pudesse subir um degrau na escala social".
O petista questionou também as novas relações de trabalho, que passaram a ser mediadas pela tecnologia, e defendeu que hoje um universitário tem menos esperança e tranquilidade de conseguir um emprego do que ele quando tirou seu diploma de torneiro mecânico.
"A verdade é que estas pessoas estão regredindo nas conquistas que imaginavam ter. Trabalho por aplicativo é o ser humano sendo tratado da forma mais canalha possível, em nome de uma palavra chamada empreendedorismo individual ou flexibilização. O nome é sofisticado, importante, porque as pessoas têm orgulho de dizer. Você não vai ter mais emprego e vai ser chamado de microempreendedor ", criticou o petista.
Para Lula, a 'uberização' ou 'pejotização' do trabalho, isto é, a redução dos empregos com carteira assinada, representam nada mais do que um retrocesso social, maquiado com termos bonitos e a ideia de ter mais liberdade. Segundo o ex-presidente, isso é apenas uma forma de caminhar rumo ao fim da CLT diminuindo a resistência dos trabalhadores.
O ex-presidente bradou ainda contra o ex-juiz Sérgio Moro : "Se tem um ladrão nesse país foram as pessoas que me condenaram. Eu quero provar que vale a pena fazer política", afirmou, aproveitando ainda para atacar a Globo, questionando sobre um possível apoio à candidatura de Luciano Huck: "O que a Globo está preparando? Um 'caldeirão do Huck'?", ironizou.

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