Postado em 30/06/2018 6:45 DIGA BAHIA!
A
Bioenergia Orgânicos assinou nesta sexta-feira (29), na Secretaria de
Desenvolvimento Econômico (SDE), um protocolo de intenções para instalar
uma processadora de frutas orgânicas no município de Lençóis, na
Chapada Diamantina. Com investimento de R$ 20 milhões, a empresa baiana
pretende empregar até 2 mil pessoas, de forma direta e indireta, no auge
da capacidade, que será de 110 toneladas por ano, em alguns anos. O
faturamento anual previsto é de R$ 100 milhões.
Natural da cidade de Ruy Barbosa e adepta da alimentação
equilibrada, a secretária da SDE, Luiza Maia, deu as boas vindas à
empresa. “Espero que produzam muito e ajudem nossa economia a crescer. A
Bahia e o Brasil precisam disto. Aproveito para destacar a preocupação
da empresa com as práticas orgânicas. Até mesmo o adubo usado nas
árvores frutíferas provêm de gado criado de forma orgânica pela
empresa”, disse.
A Bioenergia existe há cerca de uma década. Nesse período, tem se
dedicado, juntamente com a unidade da Embrapa de Cruz das Almas, à
pesquisa para a escolha e desenvolvimento de espécies adequadas aos seus
objetivos. A opção pela Bahia deu-se após estudos prévios também
realizados em Pernambuco e no Ceará. “Mas foi aqui que encontramos as
condições ideais para dar início ao nosso projeto”, explica um dos
sócios da empresa, Oswaldo Araújo.
Além dos pormenores técnicos, ele entende por condições ideais os
conceitos básicos que definem a Bionergia: fruticultura orgânica,
sustentabilidade, respeito ao meio ambiente e inclusão social. “Tínhamos
em mente um local em que fosse mais fácil desenvolver práticas
sustentáveis e de inclusão social e onde não houvesse a prática da
produção com agrotóxicos. Encontramos na Chapada”. A certificação
orgânica, segundo Araújo, será feita pelo instituto IBD.
Logo de inicio, a marca Bioenergia não será vista nas gôndolas dos
supermercados, nem haverá uma grande variedade de frutas. Toneladas de
polpa de abacaxi, manga e maracujá serão envasadas em bombonas de 200
litros e vendidas a empresas produtoras de alimentos do mercado interno e
externo. Não se trata de concentrado, uma vez que a água natural das
frutas vai ser preservada.
Será possível, por exemplo, consumir a polpa diretamente como suco,
sem a mistura de qualquer outra substância. E o mais importante: sem
conservantes. O processo de produção será automatizado e com uma técnica
de assepsia que possibilitará o consumo em até dois anos, sem
necessidade de refrigeração, mantendo as características originais.
Inclusão
A Bioenergia adquiriu 3,5 mil hectares de terra no distrito de
Tanquinho e pretende manter intactas 50% da área, 30% a mais que a
obrigação legal, utilizando para irrigação o manancial do Rio Santo
Antônio, afluente do Paraguassu. Ela produzirá parte da matéria prima a
ser processada, mas contará também com uma rede de produtores da
agricultura familiar que receberão qualificação e mudas. A empresa
comprará até 100% do que colherem.
Há um projeto para incluir produtores de mais de 30 municípios do
entorno. Atualmente, grande parte dos trabalhadores são oriundos das
comunidades quilombolas de região.
Outro diferencial da empresa é a filosofia do desperdício zero. As
partes da fruta desprezadas no processamento serão destinadas à
fabricação de subprodutos absorvidos pela indústria de fármacos,
cosméticos e outras. Há planos futuros para aumentar a variedade de
frutas e destiná-las ao mercado de forma in natura.
Outra possibilidade é a atração de empresas sistemistas fabricantes
de produtos à base de frutas, copiando o modelo adotado pela Ford, em
Camaçari. Com isso, evita-se a bitributação, tornando os preços mais
competitivos.
Secom
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