E não adianta a Fifa, a
televisão e quem transmite a Copa do Mundo da Rússia tentar encobrir
todos os fracassos neste Mundial que hoje, 28, tem a última rodada da
fase de grupos. Tanto na parte técnica e tática em campo como no aparato
para maquinizar o esporte mais popular do Planeta Terra as decepções
são flagrantes.
Partidas muito ruins, jogadores abaixo
da crítica, seleções de baixa qualidade, árbitros horrorosos e o
“factoide” VAR (Árbitro de Vídeo), para onde você apontar, vai perceber
que se não fosse o glamour de uma Copa do Mundo, os estádios novos e a
sempre empolgantes torcidas, este Mundial se parece muito com os ‘babas’
de várzea dos fins de semana de pessoas que não treinam nem têm porte
físico de atleta.
Aliado a isso, os narradores e
comentaristas inventados pelas TVs e rádios são piores que bêbados em
fim de festa. Todos eles, alguns “tirados a sabichões”, tropeçam nas
palavras, erram na gramática, matam o português, tentam ser adivinhos e
tratam os ouvintes e telespectadores como se idiotas fossem. Em 3
minutos de partida, alguns leem o jogo que vai durar mais 87. Dos que
jogaram futebol e estão nas TVs e rádios, todos disputariam, no máximo, a
5ª divisão brasileira.
Algumas pérolas: Renê Simões:
“Neymar não podia chorar ali (em campo). Ele tem que ser profissional”.
Esse mesmo Renê mandou, em 2006, o Vitória tocar a bola para passar o
tempo quando somente vencer manteria o time baiano na 2ª divisão.
Resultado: Vitória empata e é rebaixado para a 3ª pela primeira vez com o
professor pardal. Ouvi dizer que Ronaldo “Fenômeno” falou:
“O técnico da Rússia é pior que já vi”. A Rússia foi a primeira a se
classificar para a próxima fase com duas goleadas. Ele foi jogador, mas
não é vidente nem sabe tudo. Poucos acreditavam, inclusive, na
classificação da Rússia. Um narrador, que não sei o nome, da Fox Sports
ao transmitir um jogo e ver uma goleada, dizia a cada gol da Croácia
contra a Argentina, que ele torcia: “Desgraça, que desgraça”.
Como todo mundo no Brasil se acha um
médico, então todo mundo pode falar a asneira que quiser. Cada um tem
uma aptidão e falar (transmitir pensamentos) é uma arte para poucos.
E mais feio ainda é ouvir comentaristas e
narradores fazendo bolão de resultados. Isso é para torcedor em
arquibancada e mesa de bar. Eles precisam se preservar.
Eu não falo da Rede Globo porque não vejo. Eu não sou da família Flintstone.
Os ex-árbitros “comentaristas”
sequer se entendem. Se no campo, intencionalmente ou não erravam lances
bobos ou difíceis, ao analisar depois de ver 10 vezes a imagem, tem
cada um uma opinião. Para uns foi pênalti, ou impedimento ou falta, para
outros não. E como fica o torcedor? Também no achismo?
Até os ‘VAR’ – árbitros de vídeo, não conseguem ser uniformes.
Os jogos se tornaram lutas livres (telecatch) de defesa contra-ataque que prometiam muito e… nada.
Ver durante 90 minutos uma equipe apenas
se defender, indo ao ataque apenas em chutões e a outra apenas tentar o
gol e cometer erros e falhas bisonhos é o comum na Rússia 2018.
E as partidas? E os “craques” de vídeo game?
E as partidas? E os “craques” de vídeo game?
O Mundial não pode ter mais do que 24
seleções, A partir da aqui, cai terrivelmente a qualidade técnica.
Determinadas seleções vão à Copa apenas para não perder. Não levar gol é
ser campeão do Mundo. Fica impossível ver a luta do gato contra o rato
por R$ 200,00.
Não dá para ver, com todo respeito,
Arábia Saudita, Austrália, Costa Rica, Egito, Irã, Islândia, Marrocos,
Panamá e Tunísia como seleções de futebol em Mundiais.
E como tudo que está ruim pode piorar,
serão 48 seleções em 2026. Lembra de: “Onde a Arena vai mal, um time no
Nacional” na ditadura brasileira? Pois, é a corrupta Fifa de hoje.
E finalizando, quantas decepções em campo. Para citar apenas as grandes promessas. Cristiano Ronaldo – um bom jogo e dois fiascos; Messi – nenhuma boa partida, e ainda teve gente que disse que o gol contra a Nigéria foi “golaço”. Nem em videogame. E Neymar: decepção na primeira partida, notado na segunda e razoável na terceira. Todos prometiam e esperamos mais deles.
É que hoje, antes do Mundial, os
jogadores chegam à Copa do Mundo, uma competição única e diferente, mais
craques do que são, podem ou farão.
Todos estão devendo, e muito.
Num passado recente, craque é quem
acumulava vitórias e títulos e ratificava com grandes exibições nos
maiores eventos. Mas para fazer média na era das redes sociais, como
disse Romário: “Basta o cara saber dar um passe, já chamam de craque”.
Chico Buarque disse um dia: “Vivemos a era da idiotice globalizada”. E ela chegou ao futebol (não é futebó).
Yancey Cerqueira
Radialista DRT/BA 06
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