Há poucos anos, transmissão automática era vista como um problema, assim como carroceria quatro portas e até mesmo pintura metálica. O receio do consumidor pelas caixas sem pedal de embreagem era um temor que vinha dos anos 1960 e 1970. Naquela época, caixas como a hidramática da General Motors, presentes em modelos importados, eram o terror das oficinas. Daí o medo se espalhou. Mas o cenário começou a mudar após a abertura das importações no início dos anos 1990. E nos últimos cinco anos a adesão tem sido cada vez maior, a ponto de 2017 ter registrado quase 40% dos emplacamentos com transmissões automáticas, automatizadas ou continuamente variável (CVT), como aponta relatório da JATO Dynamics.
O crescimento da demanda teve início há cerca de 10 anos, quando surgiram as primeiras caixas automatizadas como Easytronic (GM), Dualogic (Fiat) e I-Motion (VW) fornecidas pela Magneti Marelli. O consumidor percebeu que, mesmo com solavancos, a vida no trânsito caótico é menos sofrida sem precisar bombar o pedal de embreagem e chacoalhar a alavanca de marchas.
Outro fator que ajudou a elevar a demanda por caixas automáticas e similares foi a migração dessas transmissões para modelos compactos e até populares. Hoje até mesmo o espartano Fiat Mobi tem opção de caixa automatizada, a partir de R$ 45 mil. Ela pode não ser a melhor opção, mas é infinitamente mais confortável que trocar de marcha na mão.
“A maior escala e os menores custos de produção da transmissão automática tornaram possível a aplicação desta tecnologia em modelos mais acessíveis, como o Prisma Advantage”, explica Fabiola Rogano, vice-presidente de Engenharia da GM. A fabricante norte-americana aposentou a caixa automatizada e oferece transmissão de seis marchas desde o Onix até o Equinox.
Cuidados
Grande receio de quem quer comprar um carro automático é o custo do reparo em caso de quebra. É bem verdade que consertar uma transmissão automática, CVT ou automatizada pode custar uma verdadeira fortuna. No entanto, muitas vezes essas caixas apresentam problemas pela maneira como o motorista utiliza a transmissão.
Hábito rotineiro e que é uma das principais causas de defeito das caixas automáticas é o descuido na hora de estacionar. Intuitivamente, o motorista tende a colocar o carro na posição parking (P) antes de puxar o freio de mão. Assim, no momento que ele volta a dar partida, sente um tranco ao puxar a alavanca. Esse tranco força a transmissão e acelera seu desgaste, podendo levar à quebra.
O ideal é parar completamente o automóvel, acionar o freio de mão e só depois levar a alavanca para a posição de estacionamento. Assim, o peso da carroceria não irá forçar o sistema, pois os freios já estão absorvendo todo o peso.
Outra dica é sempre verificar o nível de óleo e conferir se não há resíduos de limária ou demais sedimentos que podem danificar os discos, engrenagens e também obstruir os dutos de óleo.
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