Do historiador Marco Antônio Villa, em artigo publicado na revista Istoé: "2017
vai completar o processo iniciado em 2015 com as grandes manifestações
pelo impeachment do PT e de seu projeto criminoso de poder. As ruas
querem mais. Não estão satisfeitas com uma mera troca de guarda. Se
perdermos esse momento, dificilmente, nos próximos anos, teremos
condições tão favoráveis para transformar o Brasil. A hora é agora. O
grande embate chegou". Segue o texto completo:
O Brasil
vive a crise institucional mais grave da história. Os últimos ataques
entre os membros dos três Poderes chegou ao limite do tolerável – mesmo
para uma República imperfeita como a brasileira. Não há na história
nacional nenhum momento em que as instituições foram tão desmoralizadas
como agora. A elite dirigente está na ofensiva E contra os interesses
nacionais.
Os alvos
são a Polícia Federal, o Ministério Público e a Operação Lava Jato.
Isso porque os privilégios de décadas incrustados no aparelho de Estado
estão sendo prejudicados. Para mantê-los querem a todo custo interromper
as ações saneadoras. Contam com amplo apoio na praça dos Três Poderes,
com o grande capital espoliador e com porta-vozes informais na imprensa,
que servem como obedientes lacaios.
É uma
disputa de vida ou morte. Está em jogo o futuro do Brasil. Ministros da
Suprema Corte participam descaradamente das negociatas que visam a
destruir o que resta do Estado Democrático de Direito. Com a maior
desfaçatez, organizam encontros na calada da noite reunindo os chefes
dos outros dois Poderes. Perderam completamente a vergonha. Não temem a
desmoralização pública. Contam com a impunidade. Consideram a
participação popular na política – como nunca vimos na história do
Brasil – um despropósito. Para eles, o povo só pode se manifestar nas
eleições, no momento do voto. Depois deve assistir passivamente aos seus
representantes se locupletarem.
E na
próxima eleição, bovinamente, escolher seus novos amos.Contudo, para
desespero dos traidores da República, o cidadão brasileiro mudou. Hoje
ele deseja ser participante ativo da política, da construção da nossa
história. A passividade está indo para o museu. E isso deixa a elite
dirigente – corrupta e antinacional – em um beco sem saída. Sabe que tem
de agir rápido antes que a cidadania, finalmente, proclame a República,
aquela que só foi anunciada por Deodoro da Fonseca em 15 de novembro de
1889.
2017 vai
completar o processo iniciado em 2015 com as grandes manifestações pelo
impeachment do PT e de seu projeto criminoso de poder. As ruas querem
mais. Não estão satisfeitas com uma mera troca de guarda. Se perdermos
esse momento, dificilmente, nos próximos anos, teremos condições tão
favoráveis para transformar o Brasil. A hora é agora. O grande embate
chegou.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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