MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 11 de setembro de 2016

Vaidade em alta: Homens se rendem aos cuidados estéticos


O funcionário público Luciano preza por bons produtos e vai ao menos duas vezes por mês à barbearia cortar o cabelo e fazer a barboterapia
O funcionário público Luciano preza por bons produtos e vai ao menos duas vezes por mês à barbearia cortar o cabelo e fazer a barboterapia
Coloração, selagem, hidratação capilar, visagismo, manicure, pedicure, depilação, tudo isso em um espaço voltado exclusivamente para homens. As barbearias deixaram de ser apenas um ambiente para aparar os pelos do rosto e se tornaram verdadeiros salões de beleza. Cada vez mais preocupados com a aparência, muitos homens já não escondem a vaidade e se apropriam desses espaços.
O gerente administrativo Roberto Lucas, 24 anos, por exemplo, não faz rodeios para falar que divide o secador de cabelo com a noiva. “Hoje os homens estão se cuidando mais que as mulheres. Gastamos mais tempo em frente ao espelho”, afirma o jovem, que frequenta salões especializados ao menos duas vezes por mês.
Ele comenta que em seu círculo de amigos as pessoas já estão acostumadas com sua preocupação com a aparência. “Todo mundo sabe que sou vaidoso e nem fazem piadinhas porque isso hoje é normal”, diz o rapaz que, além dos serviços tradicionais, realiza selagem no cabelo a cada três meses, faz limpeza de pele, massagem e gosta de estar com o corte de cabelo da moda, como o degradê que está em alta no momento.
“Gasto uma nota com beleza. Hoje tem muitos produtos no mercado”.
roberto lucas
O gerente administrativo Roberto Lucas não abre mão de produtos específicos para seu tipo de cabelo e divide o espelho e o secador com a noiva
Momento de relaxamento
Para o funcionário público Luciano Freitas, 36 anos, o espaço destinado apenas para homens influencia na hora de escolher os procedimentos. “Se estivesse em um espaço misto, o homem não iria usufruir de todos os serviços. Aqui, quando ele vê um homem fazendo o mesmo que ele fica mais à vontade”, acredita Luciano.
Vaidoso, mas sem exageros, Luciano gosta de manter a boa aparência pelos padrões sociais e de trabalho. “Ainda existe a ideia de que o homem vaidoso não é másculo. Acaba gerando piadinhas, mas isso está mudando. É um nicho de público que estava sumido do mercado de beleza e voltou forte”, avalia.
Para Luciano, a ida à barbearia é um momento de relaxamento. “Sempre tomo um café ou uma cerveja antes de cortar o cabelo. É um momento para relaxar”, considera.
Paparicados
Com uma lista de cadastro com mais de 4 mil clientes – em dois anos de funcionamento –, Claudia Antunes, proprietária de uma das unidades da barbearia Isac.com em BH, comenta que a tendência é esse número só aumentar. O caráter exclusivo e o conforto são os chamarizes.
“A maioria dos clientes fazem todos os serviços disponíveis. Os mais reservados contam com um espaço no andar superior para ter mais privacidade na hora de colorir o cabelo ou fazer a unha, por exemplo”, relata.
Cadeiras massageadoras, espaço multiuso para realizar o Dia do Noivo ou encontros de amigos e degustações de bebidas são diferenciais. “No fim de semana tem grupos de amigos que vêm juntos. Eles tomam alguma coisa enquanto esperam o atendimento e acabam ficando mais tempo no espaço”.
“Ainda existe a ideia de que o homem vaidoso não é másculo. Acaba gerando piadinhas, mas isso está mudando”
Luciano Freitas
daniel franco
Entre os produtos estéticos que o estudante de Arquitetura Daniel Franco compra, não pode faltar a pomada modeladora de fios
Impecável
Assim que levanta da cama, o estudante de Arquitetura Daniel Franco, 23 anos, já se preocupa com a roupa que irá vestir e, claro, com o cabelo, que tem que estar impecável. “O cabelo é primordial. Tem que estar sempre bem cortado e limpo. Sou muito vaidoso e não escondo isso”, confessa.
Há mais de dois anos ele frequenta espaços direcionados ao público masculino. “Venho no mínimo duas vezes ao mês para cortar o cabelo e fazer a manutenção do corte”, conta ele, que já se rendeu à limpeza de pele, massagem e depilação da barba. “Essa última foi uma vez para nunca mais. Dói muito”, brinca.
Xampu específico, pomada modeladora de fios e cremes fazem parte da rotina de Daniel, que calcula gastar, em média, R$ 400 por mês com produtos e salão. “Os amigos fazem piada mas não me incomodo. Tem alguns que acabam ficando vaidosos também. Perguntam onde cortei o cabelo e começam a cuidar do visual”, acrescenta.
Mercado
No último ano, o mercado de cosméticos voltado pa[/TEXTO]ra o público masculino movimentou cerca de US$ 5 bilhões, de acordo com a empresa internacional de análise de mercado Euromonitor. Uma alta de 7,1% em relação a 2014. De acordo com a pesquisa, esse mercado deve manter um crescimento de 7,1% ao ano até 2019.
Outra curiosidade: na hora de comprar produtos, os homens se mostram mais fieis do que as mulheres. “39% dos homens costumam comprar produtos de beleza sempre nas mesmas lojas, contra 25% das mulheres”, afirma o visagista e analista do setor de beleza Sérgio Monteiro.
Ele comenta que o perfil do homem mudou muito nos últimos cinco anos. “Ele não quer mais usar o xampu da esposa que fica no banheiro como antigamente. Ele entendeu que o mercado da beleza também o inclui. Ele se sente parte disso e passa a comprar os próprios produtos”, analisa.
O visagista diz que recebe em seu salão, no bairro Prado, muitos clientes querendo o corte da moda ou de algum artista específico. “Eles estão quebrando barreiras e assumindo que querem ficar parecidos com tal personalidade ou ficar na moda”, comenta o profissional. “Neste momento o corte degradê é o mais procurado”, afirma.
O analista do setor de beleza comenta que 54% dos homens no Brasil usam produtos para cuidados com a pele; 33% depilam; 29% fazem a unha e 13% fazem a sobrancelha. “Geralmente esse homem têm entre 22 e 45 anos. Alguns estudos apontam que mais de 50% deles gostariam de fazer a unha mas isso não acontece por receio dos comentários”, pontua.

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