MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Policial Militar tem prisão decretada após expressar opinião no facebook


Um comentário pessoal no facebook, fez João Maria Figueiredo da Silva, soldado da polícia militar do Rio Grande do Norte, ter prisão administrativa decretada pela própria corporação.
João criticou o modelo arcaico e ultrapassado de aplicação do militarismo dentro da corporação e, mesmo tendo expressado sua opinião pessoal em uma rede social que em nada tem ligação com a Polícia Militar, teve sua conduta configurada pela PM como transgressão disciplinar gravíssima, sendo punido com 15 dias de prisão.
Soldado há 8 anos, João Maria Figueiredo da Silva foi punido por “publicar em rede social” palavras “que desrespeitam e ofendem a instituição e seus integrantes, além de promover o descrédito do bom andamento do serviço ostensivo da Polícia Militar”, segundo decisão publicada em Boletim Geral da PM potiguar na última quarta-feira.
Na postagem do Facebook, Figueiredo escreveu: “Esse estado policialesco não serve nem ao povo e muito menos aos policiais que também compõe uma parcela significativa de vítimas do atual contrato social brasileiro. Temos uma polícia que se assemelha a jagunços, reflexo de uma sociedade hipócrita, imbecil e desonesta.”
“Repito: o modelo de polícia ostensiva baseado nos moldes militares é uma aberração para o estado democrático e de direito, a começar pelo exercício da cidadania nesse ambiente onde a importância do subordinado se resume apenas a um elemento de execução”, prosseguiu o soldado.
À BBC Brasil, o policial, estudante de Direito e conhecido por defender publicamente a desmilitarização da polícia, classificou a pena como “injusta” e “censora”. A corporação, entretanto, argumenta que a decisão é legítima e respeitou o amplo direito de defesa.
“Eu estava fazendo um comentário em uma discussão acadêmica”, disse Figueiredo. “Meu comentário trazia a visão de alguém de dentro da corporação. O discurso do ‘bandido bom é bandido morto’ tem aflorado cada vez mais dentro das corporações e quem pensa diferente, como eu, acaba sendo um ponto fora da curva e sofrendo sanções.”
As instituições militares são as únicas com respaldo constitucional para prender seus integrantes por meras condutas, que considerem faltas administrativas.

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