Um
jovem de 22 anos acusa um médico de ameaçá-lo com uma arma dentro do
Hospital e Maternidade de Itororó, no sul da Bahia. O caso aconteceu na
noite de quarta-feira (7) e foi registrado na delegacia do muncípio. A
polícia confirmou que apura o caso, mas não deu detalhes da
investigação.
Em contato com o G1, a vítima, Rafael Rodrigues, que trabalha como
ajudante geral, disse que o caso aconteceu após o médico Pompilio
Espinheira negar atendimento à filha dele, de 2 anos, que sentia dor de
ouvido e estava com febre. Rafael estava acompanhado da mulher e mãe da
criança, Elany Pires, quando tudo aconteceu. A mulher de Rafael relatou
toda a situação através de uma rede social.
"A gente chegou, fez a ficha e esperou uns 40 minutos [na recepção do
hospital]. Com a demora, minha muher subiu para onde estava o médico
para pedir que ele atendesse minha filha. Ele disse que não ia atender e
que já tinha mandado a enfermeira dar uma medicação, sem nem mesmo
olhar minha filha", relatou Rafael.
Ainda de acordo com o ajudante geral, o médico orientou que a enfermeira
desse um medicamento à garota, mas os pais não autorizaram porque a
criança tem alergia à substância prescrita. Em seguida, Rafael diz que
solicitou falar com o profissional, que foi à recepção após cerca de 10
minutos.
"Minha mulher desceu chorando dizendo pra gente ir embora. Esperei ele
descer e perguntei por que ele não atendeu a minha filha e a outra
criança que estava esperando no hosipital. Ele disse que não tinha
remédio e nem material para trabalhar. Falei que ele deveria ter dito
isso para a gente e orientado para onde levar a menina. Aí ele respondeu
que não era obrigado a fazer isso", contou o pai da criança.
Rafael disse que uma discussão entre ele e o médico foi iniciada e que
ele se "alterou" e chegou a xingar o médico de vagabundo, foi quando o
profissional sacou a arma e apontou para ele. A situação aconteceu na
recepção do hospital.
"Eu confesso que me alterei porque fiquei nervoso. Disse para ele que se
ele não queria trabalhar, que desse lugar para quem queria e que ele
era um vagabundo por fazer isso [negar atendimento]. Ele sacou a arma,
apontou pra mim e disse que ia descarregar a arma em minha cara. Que era
isso que vagabundo merecia", disse o ajudante geral.
Conforme Rafael, a situação aconteceu na frente da filha dele e de outra
criança que aguardava atendimento. Funcionários e seguranças do
hospital também teriam presenciado a discussão. Rafael disse que foi
empurrado pelo médico para fora da unidade de saúde e deixou o local com
a mulher e a filha, que acabou medicada em casa, pelos pais.
Conforme o Hospital e Maternidade de Itororó, que é filantrópico, o
profissional envolvido no caso foi temporariamente afastado das
atividades na unidade de saúde. O G1 entrou em contato com o médico
Pompilio Espinheira, que disse, por telefone, que "não tem nada a
declarar sobre o assunto".
Por telefone, Gleidson Pereira, diretor-presidente da Associação dos
Funcionários da unidade de saúde, o médico disse que se estressou com o
pai da paciente e que estava trabalhando armado por conta da violência
na cidade. Ainda conforme Gleidson, o profissional negou a acusação de
falta de atendimento à criança. O hospital e a Associação de
Funcionários informaram que apuram o caso.
VERDINHO DE ITABUNA
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