Na tentativa
de protelar o julgamento de Dilma pelo Senado, os petistas abusam da
democracia, tumultuam as sessões e fazem o diabo, irritando senadores e
quem vê essa corja pela TV. É um partido estrebuchante. Coluna de Merval Pereira no jornal O Globo:
À medida
que o processo de impeachment caminha no Congresso, a realidade vai
demonstrando que a retórica política do golpe não tem base. A cada
passo, os parlamentares que defendem a presidente afastada tentam
diversos recursos tendentes a protelar o resultado final.
O que
está implícito é evidenciado pelos recursos abusivos, que demonstram,
por palavras e atos, que o objetivo é adiar o máximo possível a
transformação de Michel Temer de interino em presidente completo, que
representará o país com plenos poderes na reunião do G-20 na China em
setembro.
Já não há
mais a esperança de mudar a tendência do Senado a favor do impeachment
da presidente Dilma. O advogado de defesa, ex-ministro José Eduardo
Cardozo, chega ao cúmulo de querer convocar mais 20 testemunhas na
próxima fase do processo, quando está estabelecido que o máximo é de 5
testemunhas.
Alega que
são quatro acusações, num malabarismo jurídico que chega a ser cômico,
se não fosse a triste imagem de uma atuação voltada para ações
procrastinatórias. Há também os recursos ao Supremo Tribunal Federal,
como agora, querendo discutir os prazos que ainda restam para a votação
final.
O
presidente do Senado, Renan Calheiros, chegou à conclusão de que é
possível encerrar o processo ainda em agosto, e não há nada de mais em
que esse prazo seja estabelecido com vistas a permitir que o país tenha
um presidente em plenos poderes na sua primeira viagem internacional.
Aliás, o
interesse do país é que esse assunto seja encerrado o mais rápido
possível, e só mesmo com má-fé é possível dizer que o direito de defesa
da presidente afastada não foi respeitado. Os diversos recursos
protelatórios, sejam à Comissão do impeachment, ou ao STF, só fazem
validar o processo como um todo, por mais que falem em golpe
parlamentar.
A cada
apelo que encaminham ao Supremo Tribunal Federal, mais estão validando o
processo. Da mesma forma, revela-se apenas uma ação de marketing
político a denúncia da defesa do ex-presidente Lula junto à Comissão de
Direitos Humanos da ONU.
Só existe
a possibilidade de que esse órgão se pronuncie, e mesmo assim sem
capacidade de interferir na Justiça local, se todas as instâncias
tiverem sido esgotadas, o que no caso de Lula não é verdade. Alegam seus
advogados que todo o sistema jurídico brasileiro está contaminado por
uma conspiração contra o ex-presidente, inclusive do STF que, por acaso,
tem 8 dos 11 ministros nomeados por Lula ou Dilma.
Toda a
base da argumentação é a origem proletária de Lula, que é perseguido
pela elite brasileira que não se conformaria com um ex-operário ter
chegado a presidir o país com apoio popular. Ora, é um raciocínio que
não se sustenta, pois Lula não chegaria aonde chegou sem o apoio dessa
mesma elite que hoje ele critica, mas que já foi sua aliada.
Somente
as benevolências que recebeu das empreiteiras, e seu trabalho a favor
delas em vários países do mundo, seriam suficientes para demonstrar que
não há nenhuma elite perseguindo Lula. Ou pelo menos que ele tem o apoio
de uma boa parte da elite.
Ele mesmo
já admitiu diversas vezes que os banqueiros, por exemplo, nunca
ganharam tanto dinheiro em seu governo. Não há perseguição alguma, há,
sim, ao contrário, a Justiça agindo sem proteção aos membros da elite
brasileira, da qual Lula é um dos maiores símbolos.
Lula
reage exatamente como os empresários e políticos que estão sendo
atingidos pela Operação Lava Jato. Uma reação natural de pessoas
privilegiadas que pensavam estar acima da lei. Como Lula se julga.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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