Por Agência Brasil
O presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), Ricardo Lewandowski, rejeitou nesta terça-feira (9) as questões
de ordem que pediam a suspensão do processo de impeachment de Dilma
Rousseff para esperar os resultados da delação do empresário Marcelo
Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato, que envolve o presidente
interino, Michel Temer.
“Indefiro as questões de ordem 1 e 2 por
tratarem de fatos estranhos ao presente processo. Não é possível
suspender o feito com fundamento nestes argumentos”, afirmou. Como
presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Ricardo Lewandowski
comanda a sessão no plenário do Senado que vai decidir se a presidenta
afastada Dilma Rousseff será levada a julgamento por crime de
responsabilidade. Iniciada pela manhã, a sessão pode durar cerca de 20
horas.
Um ponto recusado pelo magistrado - que
está conduzindo a sessão, no Senado, que analisa o afastamento de Dilma -
foi a que pede que a íntegra das falas dos senadores conste dos anais
da Casa, independentemente de serem utilizadas expressões consideradas
inadequadas. Usando os mesmos argumentos apresentados pelo presidente da
comissão especial que analisou o processo, senador Raimundo Lira
(PMDB-PB), Lewandowski explicou que o Regimento Interno do Senado prevê
que sejam suprimidas expressões desrespeitosas.
Arquivamento
Outro ponto recusado pelo presidente do
STF foi o pedido, do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), de suspensão do
processo para que novas diligências, como oitiva do procurador Ivan
Claudio Marx, que pediu o arquivamento de uma investigação aberta para
apurar se houve crime em operações de crédito feitas por ministros do
governo da presidenta afastada Dilma Rousseff nas chamaas “pedaladas
fiscais”. “Não poderia pleitear a suspensão para diligencias já que não
caberia ao presidente do STF determinar a destempo a realização de novas
provas e diligências”, afirmou o ministro.
O presidente do STF também rejeitou o
pedido da senadora Gleisi Hoffmann para que as “pedaladas fiscais”
fossem desconsideradas do processo. Sobre o pedido da senadora Fátima
Bezerra (PT-RN) para a suspensão do processo até que as contas de 2015,
de Dilma, sejam analisadas e votadas pelo Congresso Nacional,
Lewandowski decidiu deixar a decisão nas mãos da maioria dos senadores. A
medida foi tomada pelo fato do mesmo pedido ter sido feito pela defesa
da presidenta afastada entre um dos pontos preliminares que poderia
absolver Dilma do processo, caso fosse acatado pelos parlamentares.
O relator do processo Antonio Anastasia
apresentou um resumo do parecer favorável ao julgamento de Dilma
Rousseff por crime de responsabilidade. O parecer foi aprovado na semana
passada por 14 a 5 na Comissão Especial do impeachment. Após a leitura,
a sessão foi suspensa por uma hora para ser retomada a partir das 14h
com a fala dos senadores inscritos que terão 10 minutos, cada, para se
manifestar.
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