Ex-prefeito de Osasco foi denunciado por improbidade administrativa.
Segundo MP, ele firmou convênio fraudulento durante gestão na Grande SP.
Emídio de Souza discursa ao lado de Alexandre Padilha (Foto: Tatiana Santiago/G1)Esta foi a segunda decisão do tipo contra Emídio. No dia 16 de julho, a Justiça já havia bloqueado seus bens no valor de aproximadamente R$ 3,5 milhões por ele ter contratado, sem licitação, a empresa União Educacional Panamericana para prestar serviços de atendimento e capacitação em tecnologias da informação e comunicação.
O G1 entrou em contato com o diretório estadual do PT e aguarda posicionamento. De acordo com a assessoria de imprensa, Emídio cumpriu compromissos de sua agenda na manhã desta terça-feira (9) e se reunia, no fim da tarde, com seus assessores jurídicos para tratar sobre a decisão da Justiça.
Segundo a denúncia do MP, em 2011, durante a gestão de Emídio, a cidade de Osasco fechou um convênio de cooperação técnico-financeira com o Instituto Cidad, que ficaria encarregado de realizar pesquisas na área de finanças públicas para aprimorar a arrecadação tributária do município. O valor do serviço foi fixado em pouco mais de R$ 5 milhões.
Para o MP, no entanto, o convênio celebrado era "vago e indeterminado, o que dificultava a sua compreensão exata e alcance". Além disto, de acordo com o órgão, as investigações revelaram que o Instituto Cidad é uma empresa "totalmente inidônea", que repassou a terceiros grande parte da quantia paga pela Prefeitura de Osasco.
Sem licitação
O convênio é apontado pelo MP como uma manobra realizada pela então administração do município para burlar a obrigatoriedade da licitação. Segundo a promotoria, não houve, em nenhum momento, uma conjugação de esforços que caracterizasse um convênio, mas apenas uma prestação de serviços do suposto "conveniado".
De acordo com a promotoria, a manobra para dispensar a licitação causou prejuízo ao erário e, por isto, decidiu denunciar tanto o ex-prefeito Emídio como seus secretários Dobbeck e Renato Gonçalves por improbidade administrativa. Para o MP, além do desvio das verbas públicas, a prestação de contas pelo Instituto Cidad tampouco foi satisfatória, o que levou a cidade de Osasco a colocar em dívida ativa as diferenças apuradas posteriormente.
O MP pede na Justiça a decretação de nulidade do convênio e a devolução da quantia de R$ 2.206.872,00 aos cofres públicos, acrescida de juros e correção monetária, para garantir o ressarcimento ao erário. Dentre outras sanções, o MP também quer que os denunciados percam a função pública e sejam proibidos de contratar com o Poder Público. Emídio de Souza é, desde 2013, presidente estadual do PT de São Paulo.
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