MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Impeachment é considerado inevitável pela ex-ministra Eliana Calmon


Ela traçou o panorama do quadro econômico do país

por
Gabriel Silva
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Ministra aposentada do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon analisou os últimos acontecimentos do cenário político no Brasil.
Em conversa com a Tribuna, ela traçou o panorama do quadro econômico do país e afirmou que nunca havia presenciado uma recessão tão grande como a que está a acontecendo atualmente e que o impeachment da presidente Dilma Rousseff é praticamente irreversível.
Esta semana, os senadores julgaram procedente o parecer do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) que denuncia Dilma de crime de responsabilidade fiscal.
“É um panorama muito confuso. Hoje é a Lava Jato que comanda tudo e cada vez mais políticos estão envolvidos, e a gente fica sem saber por quanto tempo ainda teremos que esperar para ver chegar ao final tudo isso. O impeachment parece algo irreversível, vai se concretizar, e tem que se concretizar, até para o bem do Brasil. Não podemos ficar parados esperando um retrocesso. O Brasil tem que continuar, as pessoas estão sofrendo muito, pais de família perdendo emprego, lojas fechando, é uma catástrofe o que está acontecendo. Eu, com tantos anos, já enfrentei tantos recessos, problemas de recessão, troca de moeda, mas nunca vi como estou vendo agora, isso é um desespero. O que é pior, é que as pessoas acreditaram, investiram, e agora estão com dificuldades”, disse.
“As próximas eleições vão dar uma dimensão do que nós vamos encontrar no quadro político, me parece que ninguém mais está votando por partido. As pessoas estão votando em nomes, porque os partidos viraram casas de negócios, não existe mais partidos políticos, e nomes estão difíceis de achar, nomes que sejam pessoas com moral e reputação. Se você me perguntar se sou pessimista: não. Eu sou otimista. Tudo está acontecendo para que a gente tenha uma melhora na qualidade de vida dos brasileiros. Nós estamos tendo uma péssima qualidade de vida, pagando impostos altíssimos, como se estivéssemos no primeiro mundo e vivendo como se estivéssemos no terceiro mundo. E a classe média é a mais prejudicada. Paga tudo, paga  imposto de renda alto e não tem em troca os benefícios”, continuou.
Segundo Eliana, a situação baiana é ainda pior por conta da moral do PT, que atualmente governa o estado. “A Bahia foi dominada pelo PT. Um partido que hoje está em baixa e com moral baixa em razão das descobertas de tantas falcatruas, tantos desmandos que aconteceram. É natural que nos estados onde houve o domínio do PT, temos um quadro ainda mais difícil de ser recomposto”, explica.
Outro ponto abordado pela ministra durante a conversa foi o processo de cassação do  deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), marcado para setembro. Segundo Eliana, as coisas estão sendo atropeladas por conta da opinião pública.
“A condução está sendo empurrada, alavancada pela opinião pública. Se fosse em condições normais não se tirava o Eduardo Cunha de lá, mas a opinião pública fechou questão e como estamos perto das eleições, e temos hoje uma participação popular muito grande através das redes sociais, naturalmente, os políticos estão amedrontados. Me parece que a condução do processo está sendo feita pela alavanca popular, com muitos atropelos justamente por conta dessa influência política econômica que o Eduardo Cunha tem dentro do Congresso Nacional”, afirmou.
Já sobre as delações premiadas de empreiteiros da Odebrecht com a Procuradoria-Geral da República, para ela, após o processo ser finalizado, nomes do Judiciário vão vir à tona. “O poder Judiciário, como um dos poderes da República, não pode ficar de fora desse passado. Também deve vir à tona as coisas que se passam no âmbito do poder Judiciário. Naturalmente, existe corrupção, porque a corrupção é própria da sociedade brasileira”, finalizou.

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