Comunidade se encontrou para ver a luta de Popole Misenga.
'É uma pessoa batalhadora, que deixou tudo para trás', disse intérprete.
Comunidade congolesa vibra com vitória do judoca Popole Misenga (Foto: Flávia Mantovani/G1)Ao fim do combate, a torcida vibrou, cantou e chorou de emoção. "Ele merece. Merece demais", gritou uma das mais emocionadas, a intérprete Mireille Muluila, que está no Brasil desde 2014. "É uma pessoa batalhadora, que deixou tudo para trás, lutou e conquistou. É uma vitória muito grande pra gente."
Mabika e Misenga viraram ídolos de outros congoleses que fugiram da guerra e hoje vivem no Brasil. Muitos deles conhecem pessoalmente os dois atletas - descritos como pessoas boas e "maneiríssimas" pelos congoleses que já adotaram as gírias cariocas.
Um deles, o adolescente Jean Nzuzi, de 16 anos, diz que Misenga lhe ensinou alguns golpes e até o defendeu na escola. "Um moleque mexia comigo e ele foi lá, com a minha mãe e a Yolande, para conversar. Ele sempre me protege", afirma. "Todo mundo tem medo de mim porque sabe que ele é meu amigo e é forte", brinca.
Orgulho
Carine Poati, que está no Brasil desde fevereiro do ano passado, fala sobre o que representa a participação de uma delegação de refugiados nos Jogos:
"Eles são um orgulho não só para nós, mas para o mundo inteiro", diz ela, que é formada em linguística, mas aqui no Brasil trabalha como auxiliar de serviços gerais.
Crianças com a bandeira da República Democrática do Congo (Foto: Flávia Mantovani/G1)Funcionária da Cáritas, Aline Thuller se lembra de quando Mabika e Misenga vieram pedir ajuda à organização. "Eles fugiram do hotel e foram trazidos por outros refugiados para cá. Vieram com a roupa da delegação e o crachá do mundial. Pedimos os documentos deles para a PF, demos curso de português", conta.
"Para quem deixou a família para trás, os conterrâneos são a família. Então está todo mundo torcendo demais por eles aqui."

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