Os três petistas presos pela Operação Lava Jato, João Vaccari Neto, José
Dirceu e André Vargas, querem que a legenda assuma institucionalmente a
responsabilidade pelos desvios na Petrobrás. A ideia ganhou força na
quinta-feira passada, quando a sede da legenda em São Paulo foi alvo de
ação de busca e apreensão da Polícia Federal. Nos últimos dias,
dirigentes passaram a defender internamente que o partido avalie a
proposta na próxima reunião do diretório nacional do PT, marcada para 19
e 20 de julho. Em conversas com parlamentares petistas que foram
visitá-lo na carceragem da PF em Curitiba, Vaccari encaminhou a questão
ao partido. O ex-tesoureiro da sigla argumenta que o alvo final da Lava
Jato e operações derivadas não é sua pessoa física, é o PT enquanto
instituição. O fato de a sede da legenda ter sido ocupada pela PF na
quinta-feira reforça o argumento dos defensores da tese. Preso há um ano
e dois meses condenado a 24 anos de detenção, o ex-tesoureiro tem se
queixado do imobilismo do PT diante de sua situação. Vaccari diz não ver
uma saída e teme novas condenações. A alguns companheiros afirmou
sentir-se “abandonado”. Parentes do petista também têm reclamado da
falta de atenção do partido. Embora Vaccari não tenha expressado aos
companheiros intenção de fazer delação premiada, as queixas levaram
preocupação à direção petista. Na última reunião da executiva nacional
do PT, em maio, o presidente do partido, Rui Falcão, pediu que os
parlamentares petistas intensifiquem as “visitas humanitárias” ao
ex-tesoureiro. Ao menos quatro deputados estiveram em Curitiba desde
então. Um cronograma de visitas está sendo elaborado pela direção. Nas
próximas semanas um grupo de senadores deve ir ao encontro de Vaccari.
(Tribuna)
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