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| O baiano Juca agora terá que responder investigação da PF |
A força-tarefa da Operação Lava Jato em
Curitiba quer avançar agora sobre o financiamento de iniciativas
culturais do País por meio da Lei Rouanet. O delegado da Polícia Federal
Eduardo Mauat encaminhou ofício ao Ministério da Transparência
Fiscalização e Controle solicitando detalhes sobre os 100 maiores
recebedores/captadores de recursos via Lei Rouanet nos últimos dez anos.
O pedido da PF foi enviado na segunda-feira (30), a Fabiano Silveira,
que até aquele dia ainda ocupava a cadeira de ministro da Transparência -
ele caiu após a divulgação de áudio em que aparece criticando a Lava
Jato e a Procuradoria-Geral da República. Silveira orientou o presidente
do Senado, Renan Calheiros, alvo de 12 inquéritos no Supremo Tribunal
Federal (STF). A Lei Rouanet foi criada no governo Fernando Collor, em
1991. A legislação permite a captação de recursos para projetos
culturais por meio de incentivos fiscais para as empresas e pessoas
físicas. Na prática, a Lei Rouanet permite, por exemplo, que uma empresa
privada direcione parte do dinheiro que iria gastar com impostos para
financiar propostas aprovadas pelo Ministério da Cultura para receber
recursos. O delegado da PF pede ao Ministério da Transparência que
detalhe os valores recebidos pelos 100 maiores beneficiários naquele
período discriminando a origem (Fundo Nacional de Cultura ou Fundos de
Investimento Cultural e Artístico), os pareceristas responsáveis por
aprovar a liberação de verbas e também se houve prestação de contas dos
projetos aprovados. O pedido do delegado da Lava Jato foi feito no
inquérito principal da operação, aberto em 2013 para investigar quatro
grupos de doleiros e que acabou revelando um grande esquema de corrupção
na Petrobras e em outras estatais e áreas do governo federal envolvendo
as maiores empreiteiras do País. Na solicitação, o delegado não informa
quais as suspeitas estão sendo apuradas ou mesmo qual a linha de
investigação que possa envolver iniciativas que captaram recursos via
Lei Rouanet. Consultado pela reportagem, o Ministério da Cultura
informou que não foi procurado pela PF.
VAL CABRAL

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