Cerveró se diz “sacaneado” por Dilma
Em vídeo para as tratativas da delação, ex-diretor da Petrobras diz que Dilma sempre soube de tudo sobre Pasadena; ele a acusa de ter jogado fora uma amizade de 15 anos
A
Folha revelou nesta segunda vídeos do ex-diretor da Petrobras Nestor
Cerveró durante as tratativas de sua delação premiada. Em depoimento à
força-tarefa da Lava Jato, Cerveró afirmou ter mágoa da presidente
afastada, Dilma Rousseff, pois ele teria sido “sacaneado” e “jogado no
fogo” pela petista.
Segundo
disse, Dilma jogou 15 anos de amizade fora para se livrar das acusações
que fizeram contra ela. O ex-diretor explicou que a presidente afastada
mentiu ao dizer que não tinha as informações completas sobre a compra da
refinaria de Pasadena e que ela o fez porque era “época de eleição e
tinha que arrumar um Cristo”.
Em outra
gravação, quando explicava sua indicação para a BR Distribuidora,
Cerveró chamou Dilma de “maluca” e afirmou que recebeu a presidência da
subsidiária da Petrobras como prêmio, um “reconhecimento pela ajuda
prestada para quitar um empréstimo de R$ 12 milhões de reais” do PT com o
Banco Schahin. Atenção! Quando o empréstimo foi quitado graças a um
contrato do grupo com a Petrobra, a dívida já estava em R$ 60 milhões. O
partido não preciso pagar um tostão. Na prática, a Petrobras pagou
tudo.
Para
lembrar: em 2004, o pecuarista José Carlos Bumlai obteve o empréstimo de
R$ 12 milhões com o Banco Schahin. Desse total, ele disse ter repassado
R$ 6 milhões para o PT de Santo André. Segundo a Lava Jato, o dinheiro
pagou pessoas que chantageavam Lula, ameaçando envolve-lo na morte de
Celso Daniel.
Em 2009,
sob o comando de Nestor Cerveró, a diretoria Internacional da Petrobras
aceitou contratar a Schahin Engenharia por US$ 1,6 bilhão para a
operação de um navio-sonda, o Vitoria 10.000.
Segundo Salim Schahin, em razão do contrato, a dívida do PT foi “perdoada”.
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