Paula Pitta
A TARDE
O candidato do PT, o deputado federal Rui Costa, ignorou a concorrente à
sucessão estadual pelo PSB, a senadora Lídice da Mata, e focou na chapa
encabeçada pelo ex-governador Paulo Souto (DEM). Durante a entrevista
para as rádios Cruzeiro AM, Cultura AM e Romântica FM, nesta
terça-feira, 29, o petista voltou a usar a estratégia de comparar as gestões do democrata com as do governador Jaques Wagner, exaltando como o petista recebeu o governo e o que teria feito.
Nesse ritmo, Rui Costa disse que o ex-governador "deixou uma dívida de
mais de R$ 1,5 bilhão" e argumentou que a crise financeira enfrentada no
estado é reflexo da ausência de um fundo de poupança para pagar os
aposentados.
"A dificuldade do orçamento se refere a previdência. Correto seria ter
uma poupança e o aposentado receberia desse fundo. Hoje o aposentado
recebe da arrecadação mensal. Para os novos servidores, esse dinheiro é
poupado. Mas os antigos não. Ano que vem temos uma estimativa do Estado
ter que complementar o pagamento da previdência com R$ 3 bilhões.
Imagine se eu tivesse R$ 3 bilhões para investir em outras áreas?",
disse acusando o ex-governador de não ter criado esse fundo.
O candidato também acusa Paulo Souto de omissão. "Qual foi o grande
projeto estruturante feito por ele? O projeto da ferrovia (de Integração
Oeste-Leste - Fiol) não foi Lula que fez, não foi Wagner. Foi feito há
50 anos. Os outros presidentes poderiam ter feito. O ex-governador
poderia ter pego e levado para o presidente Lula, dizendo que precisava
fazer a Bahia crescer. Mas não tomou iniciativa nenhuma".
Rui Costa nega que esteja atacando o adversário e defende que a
comparação é importante, porque o grupo que compõe a chapa da oposição e
do PT tiveram oportunidade de governar. "Quem fez mais? (O eleitor) tem
que escolher entre dois projetos políticos", disse ignorando Lídice de
Mata, apesar dela aparecer em segundo lugar com 11% das intenções de votos na pesquisa Ibope, sendo que o petista está em terceiro com 8% (Paulo Souto lidera com 42%).
Mais uma vez, o candidato diz que o levantamento não tem relevância, já
que errou nas eleições de 2006, 2008 e 2010. Ele deu a entender que
pesquisas internas demonstraram um resultado diferente e sugere que os
dados podem ser manipulados. O petista diz que aguarda a análise de
outras empresas, que "acertaram mais na Bahia".
Segurança
Um dos principais pontos criticados no governo Wagner, Rui Costa
defende que o petista melhorou o contingente de policiais no estado,
melhorou a remuneração dos delegados da Polícia Civil e iniciou a
construção de uma unidade Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) em
Lençóis. Ele pretende construir cinco bases para combater o crime
organizado.
Outra medida seria a criação de uma unidade do Bope na Polícia Militar,
além de investir na área de inteligência. O projeto do petista também
prevê parceria com os municípios para instalar câmeras de segurança nas
cidades. Ele defende que as imagens iriam melhorar a eficiência do
trabalho dos policiais nos municípios.
Para o deputado federal, a segurança tem duas faces, a de repressão
policial, "que precisa ser aperfeiçoada", e o investimento em educação.
Ele argumenta que a escola em tempo integral é uma oportunidade de
atrair os jovens e evitar que eles entrem para o mundo da criminalidade.
Rui Costa diz que pretende informatizar as escolas para que a família e
assistentes sociais acompanhem a frequência dos alunos no colégio,
agindo rapidamente quando eles começarem a faltar.
O petista também quer investir na área de esporte dentro dos colégios,
como uma forma de atrair os alunos e diminuir a evasão escolar. Outra
proposta é realizar parceria com os municípios, para melhorar a educação
infantil.
Saúde
O candidato também propõe acordo com as cidades na área de saúde para
utilizar os hospitais municipais. "Quero montar uma rede de saúde com os
hospitais municipais. Mas remunerar por produtividade. Hoje a maior
parte dos hospitais estão subutilizados. Boa parte do custeio está sendo
pago mensalmente e poderia está oferecendo mais".
Rui Costa também sugere a informatização da área de distribuição de
remédios para evitar que pacientes fiquem sem o medicamento necessário
para o tratamento. A proposta é que toda cadeia - da compra até o uso
pelo paciente - seja informatizado, evitando desperdícios, segundo ele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário