MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Médica mostra que 80% dos nódulos nada tem a ver com câncer de mama


Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Foto: SXC/Creative Commons
A mortalidade continua elevada porque o diagnóstico geralmente é feito quando o tumor já está avançado
A mortalidade continua elevada porque o diagnóstico geralmente é feito quando o tumor já está avançado
Dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer) revelam que terão surgido no Brasil mais de 57 mil novos casos de câncer de mama até o final de 2014.
O que mais preocupa os médicos é saber que a taxa de mortalidade da doença continua elevada porque o diagnóstico geralmente é realizado quando o tumor já está num estágio avançado. Se fosse diagnosticada precocemente e tratada logo no início, seria uma doença com boas chances de cura.
Falta de atenção, de condições, de oportunidade ou ainda o medo de ter de enfrentar um diagnóstico de câncer são alguns dos motivos que levam as mulheres a não seguir à risca a recomendação de fazer mamografia todos os anos a partir dos 40 anos. Mas a cada dez nódulos encontrados e submetidos à biópsia, somente dois estão de fato relacionados ao câncer de mama.
De acordo com a American Cancer Society, cerca de 80% das alterações submetidas à biópsia a vácuo por agulha (mamotomia) são consideradas benignas.
Guiada por ultrassom, estereotaxia (mamografia), ou por ressonância magnética, a biópsia percutânea resulta na remoção de uma amostra do tecido para que seja realizado um exame histológico, que apontará se as alterações celulares são benignas ou malignas.
Na opinião da doutora Vivian Schivartche, médica radiologista especialista em diagnósticos de câncer de mama do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo, o rastreamento mamográfico deve começar aos 40 anos e ser regular.
Mas a especialista também alerta para a possibilidade de algumas mulheres notarem o aparecimento de um nódulo no seio antes disso. Nesse caso, é importante procurar o médico antes do intervalo dos exames e fazer ultrassonografia das mamas.
“Durante a mamotomia, fazemos biópsia de nódulos de até 1,5cm ou calcificações muito pequenas agrupadas nas mamas. O procedimento, que é guiado pela estereotaxia (mamografia), ultrassom, ou por ressonância magnética, é realizado em clínica ou ambulatório, dispensa internação, faz uso de anestesia local – sendo indolor – e praticamente não deixa nenhuma cicatriz na paciente, retirando bastante material da lesão. Vale ressaltar que a mamotomia é indicada para nódulos ou lesões não palpáveis, encontrados nos exames de rastreamento (imagem)”, diz a médica.
De acordo com a radiologista, até poucos anos atrás, a mulher era submetida a um procedimento cirúrgico para retirar a lesão e analisar se o nódulo era benigno ou maligno. “A paciente permanecia internada por dois ou três dias e ainda ficava com cicatriz. Se o diagnóstico era maligno, fazia-se nova cirurgia para retirada de tecido ao redor do tumor. A mamotomia, que é realizada na maior parte das clínicas das grandes cidades, é um método diagnóstico preciso, facilita a vida da paciente e não deixa marcas – nem físicas, nem emocionais.”
Estudo publicado na revista médica norte-americana JAMA confirmou benefícios da mamografia 3D. Também conhecido como tomossíntese, esse exame já está disponível nas principais clínicas de diagnóstico por imagem do Brasil.
Na opinião de Vivian Schivartche, que faz parte da equipe que primeiro introduziu a tomossíntese na América Latina, no Centro de Diagnósticos Brasil (São Paulo), além de aumentar a detecção do câncer da mama, a tomossíntese possibilita a detecção de tumores menores, fato que tem implicação direta tanto na sobrevida quanto na qualidade de vida das pacientes.
“Vale ressaltar que tumores menores permitem a realização de cirurgias menos mutilantes e a um custo consideravelmente mais baixo de tratamento. Tudo isso tem impacto na qualidade de vida da paciente e deve ser priorizado sempre que possível, já que procedimentos complexos acabam gerando estresse e desgaste emocional”, diz a médica.
A radiologista afirma, ainda, que sempre que a mamografia convencional ou 2D é realizada isoladamente, a superposição de estruturas pode simular lesões suspeitas. Com a tomossíntese, cada imagem representa uma fatia de um milímetro da mama, eliminando a superposição dos tecidos. Com isso, há melhor definição das bordas das lesões, proporcionando melhor caracterização dos seus contornos.
Em média, a tomossíntese leva quatro segundos para ser realizada.
Estudos iniciais realizados pelo CDB Premium em 2010 resultaram num aumento de 15% na detecção do câncer de mama, já que essa combinação de técnicas permite enxergar o câncer numa fase muito precoce e em mamas densas e heterogêneas.

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