MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 27 de maio de 2014

Indiferença diante das campanhas



 Carlos Chagas - Tribuna da Internet - 27/05/14
Incontáveis vezes o Lula anunciou viagens permanentes por todo o país, em defesa da candidatura de Dilma, mas fora uma bissexta passagem pela Bahia, continua devendo. Prefere o exterior, de onde não arrancará um voto sequer para a sucessora.
Aécio Neves desde o final do ano passado anuncia caravanas pelo Nordeste, o Norte e demais regiões, mas fica mesmo no eixo Brasília-São Paulo. Eduardo Campos até mudou-se para a Paulicéia, que seria o centro irradiador de visitas aos demais estados, mas parece que gosta mesmo é do Recife.
Dilma viaja muito, misturando obrigações presidenciais com campanha eleitoral velada, mas, constrangida pela legislação, não pede votos.
Assim estamos a quatro meses das eleições, ainda que deva ser descontado mais um mês e meio por conta da copa do mundo. Comemorações ou incriminações ocuparão a segunda quinzena de julho, concluindo-se que a campanha presidencial começará mesmo em agosto. Felizmente, dirão os céticos, satisfeitos porque de uns anos para cá desapareceram os comícios em praça pública, substituídos pela propaganda nada gratuita na televisão, mas oferecendo o artifício de desligar os aparelhos.
Na verdade, são os políticos que empurram as campanhas e as eleições com a barriga, cientes de que o eleitorado não está nem aí. Desinteresse ou rejeição, tanto faz, porque pelo menos até agora o cidadão comum não toma conhecimento da disputa. A última vez em que se registrou maior participação popular foi em 1989, depois de três décadas sem que o povo pudesse votar para presidente. Deu no que deu aquela malfadada experiência. As escolhas de Fernando Henrique e do Lula, em seguida, empolgaram muito pouco. Basta atentar para que as novelas sempre bateram os debates, nas telinhas.
A conclusão a tirar é de que se o voto não fosse obrigatório, voltaríamos aos tempos da República Velha, quando a média de 25% de cidadãos comparecia às urnas, mesmo descontada a proibição de analfabetos e de mulheres votarem.
A pergunta que fica é se o país está melhor assim, mergulhado na indiferença. Parece que sim, ainda que devamos esperar outubro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário