A crise militar na Bolívia pode parecer simplesmente uma luta em torno
de demandas salariais e igualdade de direitos, mas não é somente isso. O
problema perpassa essa questão e serve de observatório para analistas
políticos-militares do mundo inteiro, sobretudo do Brasil.
A “cubanização” da América Latina esta em curso, e a Bolívia deve ser observada com atenção.
Revista Sociedade Militar - Greve de Militares na Bolívia.
Depois de ter destruído o Judiciário Bolíviano, o governo de Evo
Morales parece determinado a destruir as estruturas das forças armadas. A
desorganização foi implantada pelo presidente, desde o momento que
impulsionou a politização de seus soldados, buscando tornar as
instituições militares "socialistas" e "anti-imperialistas", a exemplo
do que fez seu tutor Hugo Chávez na Venezuela.
O artigo 245 da Constituição Boliviana diz: "A organização das Forças Armadas repousa na hierarquia e na disciplina.
Forças Armadas "descolonizadas, anti-imperialistas e anti-capitalistas"
é a proposta atual do do alto comando militar da Bolívia, fieis a seu
comandante Evo Morales. Estes conceitos foram aceitos e expressos
recentemente pelo almirante Victor Baldiviezo Hache, Comandante em Chefe
das Forças Armadas.
As modificações institucionais demostram a influência Castro - Chavista nos quartéis bolivianos.
Por decisão de Evo Morales, na sua qualidade de Comandante em Chefe, desde 2010 a saudação militar boliviana mudou para "Patria o Muerte, Venceremos".
Estamos
diante de um novo capítulo no processo de degradação de arranjos
institucionais impulsionado aos poucos por um governo que dá preferência
a ONGS e MINORIAS escandalosas, que quase sempre representam interesses
de aproveitadores.
A
indisciplina e a quebra de hierarquia são indesejáveis, mas diante do
caos institucional, os militares do baixo escalão se sentiram
prejudicados, discriminados, e resolveram apelar para a arma atualmente
mais comum e bem sucedida, a greve e manifestação pública. A princípio a
reação da cúpula militar foi dura, reagindo com demissões e punições,
mas logo em seguida, como já era de ser esperar, o governo relaxou e
resolveu rever as sanções aplicadas aos grevistas.
Veja o texto publicado hoje em vários jornais bolivianos (tradução livre):
“O
Comandante em Chefe das Forças Armadas, V.Baldivieso, confirmou a
medida de readimissão dos militares demitidos, e essa noite dará inicio a
um diálogo com o denominado “comando dos suboficiais”, pra discutir uma
agenda com 18 pontos.”
O
caos e desorganização generalizados, comuns em governos socialistas,
inevitavelmente leva à crises institucionais. Em se tratando de
militares o normal seria que as demandas fossem encaminhadas aos
comandantes, e que estes fossem confiáveis e fieis a seus comandados. Contudo, na Bolívia, assim como em outros países cubanizados,
aqueles que se organizam, se manifestam e gritam mais alto são os
agraciados pelo sistema, em detrimento daqueles que permanecem
disciplinados.
Os militares grevistas marcharam gritando o slogam comunista imposto por Evo Morales, Patria o Muerte, Venceremos.
Os sargentos se manifestaram com o apoio de organizações que congregam suas esposas e índios Aymara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário