Mais de um milhão de pessoas dependem de ônibus na capital baiana.
TRT determinou mínimo de 70% da frota; parte de rodoviários para serviço.

A mulher aponta que negociou com mototaxista para pagar o valor cobrado apenas do fim do mês. Mais de um milhão de pessoas dependem de ônibus na cidade. "Eu tenho que tirar do meu bolso, infelizmente, R$ 40. Eu tenho que aguardar aqui e o trânsito está caótico. R$ 40 é o mais barato que nós achamos. Eu estou pagando fiado para dar no fim do mês", aponta a moradora do bairro de Pirajá.
Na Estação Pirajá, uma das principais da capital baiana, não há circulação de veículos. Na Avenida Dom João VI, muitos passageiros que aguardam os ônibus nos pontos reclamam do tempo de espera. "Estou há quase uma hora aqui. É a falta de respeito ao usuário que os rodoviários estão fazendo", reclama José Carlos.
Mesmo com a paralisação, o Sindicato dos Rodoviários nega que haja greve e afirma que houve acordo entre a categoria e os empresários em reunião realizada na segunda-feira (26).
Alguns rodoviários pararam os ônibus nas proximidades da sede do Sindicato dos Operários e Empregados das Cias Linhas Circular e Energia da Bahia (Sinergia), na Rua Djalma Dutra, na capital baiana. De acordo com a Transalvador, por conta da ação, o trânsito está congestionado na região.
Ônibus estão parados na Rua Djalma Dutra travam trânsito em Salvador (Foto: Reprodução/TV Bahia)Na segunda-feira, o Tribunal Regional do Trabalho determinou que pelo menos 70% dos ônibus deverão circular nas ruas em horários de pico, e 50% nos demais horários. A desembargadora Débora Machado também afirmou que "assegura ainda as manifestações desde que pacíficas e que não interfiram no direito de ir e vir de rodoviários e de cidadãos".
Paralisação
Na tarde de segunda, uma parte dos rodoviários que rejeitou a proposta dos empresários parou os coletivos nas ruas da capital baiana, mesmo com a afirmação do vice-presidente do sindicato, Fábio Primo, de que o acordo foi aceito e a greve da categoria seria suspensa.
Após a reunião, houve parada de coletivos nas Estações Pirajá e Mussurunga, Rótula do Abacaxi, Barros Reis, Amaralina e Campo Grande. Os rodoviários também fizeram uma grande fila na entrada da Estação da Lapa.
Ainda na segunda-feira, o assessor de relações institucionais do Sindicato das Empresas de Transporte de Salvador (Setps), Jorge Castro, garantiu a circulação dos coletivos nesta terça-feira.
Assembleia
Ao G1, um rodoviário que liderava o movimento na sede do Sinergia, que contestava a informação do sindicato na segunda-feira (26), afirmou que não tinha havido votação por parte deles. "O presidente do sindicato chegou, conversou com a diretoria sindical e vetou a subida dos rodoviários. Achávamos que eles iriam descer para apresentar as propostas, mas não. Saíram daqui escoltados, com segurança", afirmou o rodoviário Carlos Alberto.

Prefeitura
O prefeito ACM Neto afirmou por meio de nota que acreditava no acordo entre os sindicatos dos empresários e dos rodoviários e que a decisão tomada em assembleia é consequência das negociações entre ambas as partes. “Conversei várias vezes com os representantes do sindicato patronal e dos rodoviários e pedi maturidade e bom senso entre os dois lados. Felizmente, o trabalho deu resultados e os rodoviários decidiram manter toda a frota em funcionamento em Salvador”, disse o gestor.
ACM Neto disse, ainda, que mantém o compromisso de conversar com o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, para pedir agilidade na votação do Projeto de Lei que reduz a carga horária dos rodoviários.
Rodoviários se reuniram no bairro de Sete Portas na segunda-feira (Foto: Henrique Mendes/G1)
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