MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Vila maia do séc. 7 tem até espiga de milho preservada por lava de vulcão


'Pompeia' de El Salvador revela dia a dia de povos pré-hispânicos.
Objetos e plantas de 1.400 anos atrás sobreviveram cobertos por cinzas.

Do G1, em São Paulo

Ruinas de edifício de Joya de Cerén, em El Salvador (Foto: José Cabezas/AFP)Ruinas de edifício de Joya de Cerén, em El Salvador (Foto: José Cabezas/AFP)
Um vulcão localizado em El Salvador, na América Central, foi o responsável por preservar um dos maiores tesouros arqueológicos do continente.
Em um processo semelhante ao que aconteceu nas cidades italianas de Pompeia e de Herculano -- que se conservaram graças à lava do vulcão Vesúvio --, o vulcão centro-americano Loma Caldera despejou sua lava em uma cidade habitada por maias no século 7º. Cobertas pelas cinzas, construções, ferramentas e até espigas de milho de mais de 1.400 anos atrás ficaram preservadas da ação do tempo.
Arqueóloga mostra espiga de milho preservada por cinzas (Foto: José Cabezas/AFP)Arqueóloga mostra espiga de milho preservada
por cinzas (Foto: José Cabezas/AFP)
A “Pompeia” de El Salvador se chama Joya de Cerén e fica na cidade de San Juan Opico, a cerca de 35 quilômetros da capital, San Salvador. Tombada pela Unesco, é considerada a aldeia pré-hispânica mais bem preservada da América Central.
Fóssil de planta encontrado em Joya de Cerén (Foto: José Cabezas/AFP)Fóssil de pé de milho  (Foto: José Cabezas/AFP)
As ruínas foram descobertas em 1976, por um trator que trabalhava na construção de armazéns de grãos. Após ter tido sua antiguidade atestada por um especialista norte-americano, o local começou a ser preservado e explorado.
Segundo os pesquisadores, tratava-se de uma comunidade agrícola. O sítio arqueológico tem cerca de 3.200 hectares. Dez edifícios feitos de terra e com telhados de sapê foram total ou parcialmente escavados, entre casas, tabernas, uma cozinha, uma sauna, um local onde trabalhava uma vidente, um edifício cívico e um centro religioso.
Até agora não se encontraram corpos humanos, o que sugere que os habitantes conseguiram escapar. Mas essa fuga deve ter sido de súbito, pois eles deixaram todos os seus pertences nas posições originais, da forma com que eram guardados e usados.
Isso inclui ferramentas de jardinagem, potes cheios de feijão, tapetes usados para dormir, restos de animais e itens religiosos.
Ruinas de casa de Joya de Cerén, em El Salvador (Foto: José Cabezas/AFP)Ruinas de casa de Joya de Cerén
(Foto: José Cabezas/AFP)
Campos cultivados, jardins com ervas, árvores frutíferas como goiabeiras e cacaueiros, sementes e espigas de milho em vários estados de maturação também foram encontrados.
“Geralmente os sítios arqueológicos têm as grandes pirâmides, mas o interessante de Joya de Cerén é que mostra como era o dia a dia da população, como as pessoas comuns viviam”, afirmou Jaime Alfredo Miranda Flamenco, ministro das Relações Exteriores da República de El Salvador, que veio ao Brasil na última semana para inaugurar um escritório de comércio e turismo do país em São Paulo.
Segundo relatório da Unesco, trata-se de uma “cápsula do tempo de valor científico sem precedência”. “Graças a seu perfeito estado de conservação, os vestígios desse lugar aportam um testemunho excepcional sobre a vida cotidiana dos agricultores dessa época”, afirma o texto.

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