'Para nós, a vida não nos é tirada e sim transformada', diz padre.
Dia de Finados é celebrado neste sábado (2) em todo país.
A Igreja Católica comemora o dia de Finados com missas nas paróquias (Foto: Caio Fulgêncio/G1)
O Dia de Finados é celebrado em todo o Brasil neste sábado (2). A data
tem origem na Igreja Católica que, desde o século II, mantém a tradição
de visitar os túmulos para rezar aos fiéis falecidos. Mais tarde, no
século V, os católicos já dedicavam um dia do ano para essa atividade.De acordo com o padre Jairo Coelho, da Catedral Nossa Senhora de Nazaré, em Rio Branco, a Igreja Católica comemora essa data por causa da morte e ressurreição de Jesus Cristo, fazendo alusão ao processo que todos os viventes vão passar.
Para os católicos a morte é começo de uma nova
vida junto de Deus (Foto: Caio Fulgêncio/G1)
"A morte não é o fim. A morte é começo de uma nova vida junto de Deus.
Para nós a vida não nos é tirada e sim transformada. A partir da morte e
ressurreição de Cristo que é nosso referencial, da mesma forma que ele
morreu e ressuscitou ao terceiro dia, nós também acreditamos que
morremos para essa vida, para nascermos para uma vida nova", explica o
padre.vida junto de Deus (Foto: Caio Fulgêncio/G1)
Por esse motivo, no Dia de Finados, os católicos realizam missas em todas as paróquias. Segundo o religioso, a presença dos fiéis é obrigatória, pois representa um dia de preceito.
'Haverá vida sempre, mesmo na morte', diz espírita
O espírita Arif Calacina diz que no espiritismo, nem mesmo a terminologia 'morte' é utilizada. Segundo ele, a morte não existe no sentido específico da palavra. "O espírito permanecendo vivo, não existiria morte. O que haveria é o desligamento do espírito de um corpo físico. E o seu processo evolutivo mesmo fora da matéria continuaria", explica.
A religião prega a 'reencarnação' do espírito. De acordo com Calacina, assim como a morte, esse também é um processo natural. Diante disso, entre as pessoas que têm o falecimento de entes queridos, nem mesmo o termo 'perder' é usado.
Para o espiritismo, após a morte existe a
reencarnação (Foto: Arif Calacina/Arquivo pessoal)
"O espiritismo tem a proposta consoladora de apresentar que aquela
pessoa amada que morreu não é o corpo que foi depositado numa sepultura.
A pessoa amada é um princípio inteligente criado por Deus e permanece
vivo, independente do corpo físico", comenta Calacina.reencarnação (Foto: Arif Calacina/Arquivo pessoal)
Calacina diz ainda que faz parte do espiritismo pregar a esperança de que todos os afetos irão novamente se reencontrar, seja por meio do processo reencarnatório ou em outros planos e dimensões da vida.
No Dia de Finados, os espíritas não realizam nenhuma comemoração específica. "Não há a tradição que remeta a esse tipo de comemoração, com o acontece em algumas religões", fala Calacina.
Daime: Cristianismo e Espiritismo
Segundo o daimista Antônio Alves, as doutrinas religiosas do ayahuasca são baseadas no cristianismo e no espiritismo. Assim como os católicos, para os adeptos do Daime a morte representa uma passagem para o mundo espiritual. A diferença é a questão da reencarnação. "Se a pessoa tiver licença, ela pode voltar a outra encarnação", diz.
Os daimistas realizam missas destinadas aos
finados (Foto: Jaime Razuri/AFP/Arquivo)
Alves explica ainda que a morte é encarada como algo natural e parte da
vida. "A morte não é o fim e não tem nenhum sentido fúnebre. A gente
não tem medo da morte e nem tem uma atitude fúnebre diante dela",
acrescenta.finados (Foto: Jaime Razuri/AFP/Arquivo)
A comemoração no Centro de Iluminação Cristã Luz Universal - Alto Santo começa na noite do dia de Todos os Santos, com hinários e, após a 0h, o trabalho passa a ser dedicado aos finados. Na manhã do dia 2 de novembro, é realizada uma missa e depois as pessoas estão liberadas.
'Vemos a morte como uma fase da vida', diz budista
O budismo segue o calendário e também foca suas orações para os mortos no Dia de Finados. Geralmente, as cerimônia são realizadas em templos ou sedes regionais budistas, porém no Acre, como não existem ainda esses templos, as cerimônias são feitas familiarmente
Budistas encaram a morte como fase da vida
(Foto: CBK Compaixão / arquivo virtual)
A Relações Públicas do Brasil Soka Gakkai Internacional (BSGI) Rosária
Maria, explica que para os budistas a morte faz parte de uma fase da
vida e, durante este período, orações são destinadas à essas pessoas
para que o karma possa ser amenizado.(Foto: CBK Compaixão / arquivo virtual)
"Fazemos orações diárias pela manhã e à noite, como é Dia de Finados, nós nos concentramos somente nas orações para pessoas já falecidas", explica.
Além das orações, Rosária diz que são entregues também incensos, porém a cerimônia não se difere da diária. Sobre a morte, os budistas acreditam que seja apenas uma fase da vida que as pessoas têm que passar.
"Vemos a morte como uma fase da vida, porque o budismo entende que a vida é eterna e ela passa por circunstância e a morte é uma delas. Nós denominamos como estado de latência, dormência. O corpo vai, mas a energia continua de forma eterna. Oferecemos as orações para que a pessoa tenha uma amenização do karma para que ela continue a sua existência que a gente considera eterna", diz.
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