MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 24 de novembro de 2013

Peroá, típico peixe do ES, está em extinção, relatam pescadores


Comerciantes dizem que falta do peixe prejudica a economia do litoral.
Segundo biólogo, causas naturais ou externas podem motivar a escassez.

Do G1 ES, com informações da TV Gazeta Sul

Peroá, típico peixe do Espírito Santo está em extinção, relatam pescadores  (Foto: Reprodução/TV Gazeta Sul)Peroá, típico peixe do estado, está em extinção, relatam pescadores. (Foto: Reprodução/TV Gazeta Sul)
Pescadores do Litoral Sul do Espírito Santo reclamam da falta do tradicional peixe capixaba, o peroá. De acordo com pescadores da região de Marataízes, a falta do peixe prejudica a economia do município porque para atender os turistas, os profissionais compram a espécie de outros estados, o que encarece o preço. Segundo o presidente da Federação das Associações de Pescadores do estado, a espécie começou a desaparecer após o início da pesquisa sísmica de petróleo na costa capixaba. Mas, de acordo com o biólogo capixaba Renato Paz Moure , só uma análise local pode identificar com precisão as causas do fato.
No porto do município, os barcos atracados denunciam o desânimo dos pescadores, que estão sem trabalhar. Pescador há 39 anos, Ismael Matias disse nunca viu uma situação como essa. "Não tem peroá. A gente sai aqui e não paga nem o óleo que a gente gasta", contou. Já outro pescador, Floriano Silva, disse que o peroá está desaparecendo do litoral capixaba devido à pesca feita por barcos de grande porte. "Eles cercam aqueles cardumes e pegam mitos peixes que não servem para eles", disse.
Segundo o Presidente da Federação das Associações de Pescadores do Estado, Manoel Bueno dos Santos, os peixes praticamente entraram em extinção devido as explosões causadas pela realização de pesquisas sísmicas de petróleo no estado. "Temos certeza que é isso, porque quando as pesquisas eram feitas no Rio de Janeiro, os cardumes migraram para cá. Hoje, sentimos a falta imediata do peroá, mas daqui um tempo, outras espécies também vão desaparecer", disse.
Procurado pelo G1, o consultor técnico na área de Ecossistemas Marinhos, o biólogo Renato Paz Moure, disse que as explosões podem prejudicar os animais mamíferos, como baleias e golfinhos. "Não sei até que ponto isso pode influenciar ou não os peixes".
O biólogo explicou que são várias as possibilidades para explicar a situação e que só um estudo na região vai constatar a real causa da extinção. "Pode haver sobrepesca de peixe, que significa a capacidade maior do homem de pescar em relação a capacidade reprodutiva do peixe. Também pode ter a ver com com as correntes marítimas que afastam a espécie, ou pode estar relacionado a um evento de natureza cíclica do peixe em questão”, disse.
Comércios reclamam da falta do peixe. (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Pescadores dizem que precisam comprar peroá
de outros estados. (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
Prejuízo
De acordo com os pescadores,a falta do peixe é sinônimo de prejuízo para a economia local. Diante da escassez da espécie, todos os setores ficam desabastecidos. Muitos quiosques, que tinham o peroá como carro-chefe do cardápio, lamentam a situação. "Através da peroá você consegue vender outros peixes. Porque era um peixe popular, atraía muitos clientes", contou o comerciante Luciano Ferreira.
Para atender aos pedidos dos turistas, a solução encontrada foi comprar peixes em outros estados, uma alternativa que vai pesar no bolso dos clientes. "Hoje estamos trabalhando com peroá da Bahia, de Abrolhos, que tá abastecendo o nosso mercado. O turista vai sentir por que o peroá de R$ 8 agora estão pagando R$ 15", explicou Geredys Ribeiro, dono de quiosque.
Em outro quiosque de Marataízes, o dono contou que chega a pagar R$ 17 pelo quilo do peroá, mas, ainda assim, reclama que os únicos que encontram são muito menores do que os de antigamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário