'Não tem equipe de investigação', avisa cartaz em delegacia no RN

Delegado regional de Caicó também relata problemas com combustível.
Diretoria de Polícia do Interior aguarda nomeações para resolver problema.

Do G1 RN

Cartaz foi colocado na entrada da Delegacia Municipal de Caicó (Foto: Rodrigo Matarazzo)

"Nesta delegacia não tem equipe de investigação". A frase está em um cartaz colocado nesta segunda-feira (4) na entrada da Delegacia Municipal de Caicó, na região Seridó do Rio Grande do Norte. A falta de efetivo é confirmada pelo delegado regional de Caicó, Petrus Antonius Gomes Ferreira. Responsável pelo trabalho de investigação em quatro comarcas, o delegado conta que o problema se repete em outras cidades do interior do estado. "Estamos com defasagem de policiais civis", diz Petrus Ferreira.

O delegado regional de Caicó acrescenta que tem enfrentado dificuldades com a falta de combustível para cuidar do trabalho nas quatro comarcas (Acari, São João do Sabugi, Jardim do Seridó e Jardim de Piranhas). "Recebemos 35 litros por semana. Se eu for duas vezes para Acari e voltar, vai faltar combustível. Tem situação em que precisamos tirar do próprio bolso para fazer os flagrantes. Temos que cumprir nosso dever", afirma Petrus Ferreira, que precisou assumir as comarcas por falta de delegados.

De acordo com o diretor de Polícia do Interior (DPCin), José Carlos de Oliveira, estava prevista a convocação de quatro delegados, quatro escrivães e 12 agentes no mês de outubro, no entanto não foi possível fazer a convocação ainda. "O Tribunal de Contas do Estado (TCE) disse que ultrapassamos a Lei de Responsabilidade Fiscal, porém a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) está tentando resolver a situação em reuniões", conta.

Oliveira reforça que o problema da falta de delegados nas comarcas se estende a outras regiões do estado. "Temos 12 das 65 comarcas do estado sem delegado. A região Seridó é uma das que está em melhor situação. Estamos aguardando a solução do problema para fazer as nomeações", diz. Sobre a falta de combustível, o diretor da DPCin confirma que houve um "enxugamento" dos gastos, porém já está em andamento uma readequação no quadro de distribuição.