MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Exposição reúne 71 exemplares de presépios em museu no Paraná


Mostra está no Museu Campos Gerais, em Ponta Grossa, até dia 14.
Nascimento de Jesus é contado com talheres, grampos, entre outros.

Silvia Cordeiro Do G1 PR, em Ponta Grossa

Exposição reúne presépios vindos de vários países e também com elementos regionais (Foto: Silvia Cordeiro/G1 PR)Exposição reúne presépios vindos de vários países, como Peru e Polônia, e também, apresentam elementos regionais, como o pinhão (Foto: Silvia Cordeiro/G1 PR)
Uma das cenas mais conhecidas entre os povos é reproduzida em uma exposição em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, no Paraná. Jesus, Maria e José ganham 71 cenários diferentes para representar o nascimento do filho de Deus. Talheres, grampos de roupa, folha seca de palmeira e casca de pinhão se transformam em presépio, uma tradição quase milenar entre os cristãos.
Com a aproximação do Natal, a diretora técnica do Museu Campos Gerais, Elizabeth Johansen, decidiu colocar em prática a ideia de expor diferentes presépios. Para isso, ela precisou de ajuda da comunidade, de artesãos e de artistas plásticos de Ponta Grossa e região. Em menos de um mês, reuniu mais de 70 exemplares vindos da Argentina, de Israel, do Peru, da Polônia e também, confeccionados por pessoas da região.
Quando o museu recebeu os materiais emprestados, Elizabeth percebeu a variedade que conseguiu reunir. “Cada presépio representa uma característica diferente no universo dos cristãos. A tradição que começou com São Francisco, no ano de 1223, sofreu remodelações ao longo dos anos. É possível perceber uma atualização constante, com materiais diferentes, utilizando-se de aspectos culturais e regionais”, comenta.
Colheres e garfos foram utilizados para reproduzir o nascimento de Jesus (Foto: Silvia Cordeiro/G1 PR)Colheres e garfos foram utilizados para reproduzir o nascimento de Jesus (Foto: Silvia Cordeiro/G1 PR)
Segundo ela, os presépios oriundos de Israel, expostos no museu, são feitos com madeira de oliveira, abundante naquela região. Já os produzidos na região dos Campos Gerais são elaborados com pinhão, palha ou argila. A diretora ainda destaca a criatividade utilizada pelos artistas. Um dos cenários reproduziu Jesus, Maria e José, os animais, os três reis magos e a estrela com colheres e garfos.
Outro presépio conta a história do nascimento de Jesus por meio de grampos de roupa. O material foi adaptado para formar a cena mais lembrada entre os cristãos na época de Natal. No museu, também está exposto um presépio vindo de Cracóvia, na Polônia. O trabalho foi todo confeccionado pelo mesmo papel laminado que envolve bombons. Em outro, a inspiração para pintar a Sagrada Família surgiu de uma casca seca de palmeira.
Cores, traços e costumes
Na exposição, há ainda os presépios que utilizam a figura humana, mas que abusam de cores e traços de cada região. Um cenário produzido por índios guarani, de Puerto Iguazu, na Argentina, trabalhou com o colorido e com olhos mais puxados nos personagens. Segundo Elizabeth, as cores também são destacadas nos presépios vindos do Peru, bastante presente no artesanato daquele país. Tem ainda os cenários que se utilizam das características africanas, com a presença de personagens negros no lugar das figuras tradicionalmente conhecidas.
Presépios para crianças se utilizam de cores e feições diferenciadas (Foto: Silvia Cordeiro/G1 PR)Presépios para crianças se utilizam de cores e feições
diferenciadas (Foto: Silvia Cordeiro/G1 PR)
Segundo a diretora, as feições e os tons fortes também se destacam para chamar atenção dos filhos. “Nesse caso, os presépios funcionam como elemento de catequização, assim como foi feito com os indígenas, quando os jesuítas vieram para o Brasil”, afirma. Em um dos trabalhos, os personagens possuem rostos de crianças. Em outro, a produção em cerâmica salienta traços que normalmente são desenhados pelos pequenos.
Elizabeth ainda destaca os trabalhos que remetem ao Paraná. Um dos menores presépios da exposição foi confeccionado em uma casca de pinhão. Outro reuniu uma série de elementos regionais. A base em madeira reproduziu o fruto da Araucária, o trabalho com a palha definiu os personagens, os animais foram elaborados com bucha vegetal e algodão. Além das tradicionais figuras, o cenário também foi composto pelo Pinheiro do Paraná e a Gralha Azul. A pinha também foi lembrada pelos monges da Abadia da Ressurreição, que cederam materiais feitos com cera de vela.
Exposição
Os 71 presépios estão expostos no Museu dos Campos Gerais, localizado na Rua Engenheiro Schamber, 686, na sede do antigo Banestado. O horário de atendimento é de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 11h45 e das 13h30 às 17h15. Aos sábados, o museu funciona das 9h às 12h e das 13h às 17h. Grupos maiores devem agendar visitação pelo telefone (42) 3220-3470. A exposição fica até o dia 14 de dezembro e tem entrada gratuita.
A exposição dos presépios fica no Museu Campos Gerais até o dia 14 de dezembro (Foto: Silvia Cordeiro/G1 PR)A exposição dos presépios fica no Museu Campos Gerais até 14 de dezembro (Foto: Silvia Cordeiro/G1 PR)

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