MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 24 de novembro de 2013

Estilista de Americana cria look para quem usa muletas em moda inclusiva


Silvana Hetzl criou 3 peças e está na final de concurso internacional.
Inspiração partiu do voo da libélula e das dificuldades da deficiente física.

Do G1 Campinas e Região

Estilista e modelo no concurso de Moda Inclusiva em São Paulo (Foto: Silvana Hetzl/ Arquivo Pessoal)Estilista e modelo no concurso de Moda Inclusiva
em São Paulo (Foto: Silvana Hetzl/ Arquivo Pessoal)
“As muletas são como asas para quem tem uma perna”, define a estilista de Americana (SP) Silvana Hetzl, de 26 anos, sobre o desenvolvimento de um look com três peças para uma modelo deficiente sem uma perna. O projeto, que entre os destaques desenvolveu a adaptação de um shorts e transformou a muleta em acessório, ficou entre os 20 finalistas do 5º Concurso de Moda Inclusiva Internacional, realizado pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo.
A ideia da trajetória da libélula até o bater das asas foi norteadora no processo de criação da finalista, que encontrou funcionalidade para as peças. “Assim como a pessoa que usa a muletas como sustentação para se locomover, a libélula usa as asas para contornar o desafio de lidar com as seis pernas que não tem desenvoltura em usá-las”, afirma Silvana.
Detalhes
Os desenhos dos traços sutis das asas se tornaram os pespontados quadriculados que detalham o conjunto. O formato da abertura delicada das costas inseto também definiu a escolha da gola do colete e pelo estilo envelope do shorts com as pontas arredondadas. A cor amarela pequi escolhida para o conjunto está associada às inspirações da natureza, de acordo com a estilista.
A criação do croqui foi feita em 15 dias e depois da aprovação da primeira seleção as roupas foram confeccionadas em um mês. O concurso envolveu a participação de projetos de estudantes, técnicos e profissionais formados na área dos estados de São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Distrito Federal e de uma estudante da Índia.
Primeiros passos
Silvana conta que encarou as queixas da modelo como desafio e desenvolveu uma modelagem com revestimentos específicos. “No armário de quem tem uma única peça, o shorts muitas vezes é desprezado por causa da estética e do desconforto. Pensei em amenizar algumas dificuldades, mas o principal foco foi a criatividade no estilo”, explica. Com isso, para proporcionar a facilidade em vestir a peça foi feita uma abertura completa na perna oposta à deficiente e também a utilização de botões de pressão para maior facilidade e autonomia no manuseio para vestir.
Apesar de conviver com pessoas com deficiência desde a infância, a estilista revela que foi a primeira vez que produziu vestimentas voltadas para a moda inclusiva. Formada em Moda pela Unisal (Centro Universitário Salesiano) em 2007, a estilista afirma que o concurso abriu oportunidade de crescer profissionalmente. “Acredito que a moda ainda tem que evoluir muito. O evento é válido para ajudar a pensar nesta necessidade. Apesar de despertar muitas ideias, os projetos envolvem investimento e isso muitas vezes acaba criando entraves no mercado ou abrindo novas possibilidades”, disse.
Croqui do projeto desenvolvido pela estilista Silvana Hetzl de Americana (Foto: Arquivo pessoal/ Silvana Hetzl)Croqui do projeto desenvolvido pela estilista Silvana Hetzl de Americana (Foto: Arquivo pessoal/ Silvana Hetzl)

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