MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 24 de agosto de 2013

Tropeiros preparam almoço com arroz carreteiro e feijão gordo em Barretos


Concurso 'Queima do Alho' reuniu 19 comitivas de vários lugares do país.
Cardápio deve ser preparado como antigamente, sem temperos sofisticados.

Adriano Oliveira Do G1 Ribeirão e Franca

Queima do Alho reúne 19 comitivas de vários lugares do país (Foto: Alfredo Risk/G1)Queima do Alho reúne 19 comitivas de vários lugares do país na Festa de Barretos (Foto: Alfredo Risk/G1)
Cozinhar no fogão a lenha, improvisado no chão, sem panelas de inox ou travessas de vidro. O cardápio – composto de feijão gordo, arroz carreteiro, paçoca feita no pilão e bife na chapa de ferro – é preparado como na época em que os tropeiros viajavam longas distâncias para vender os bois e comiam à beira da estrada. Essa é a proposta do concurso “Queima do Alho”, que aconteceu na tarde deste sábado (24), na Festa do Peão de Barretos (SP).
“No estradão, quando os tropeiros preparavam a comida diziam ‘vou queimar o alho’ e ficou a tradição. Esse almoço é a raiz da cultura sertaneja, o que há de mais típico”, explica o policial rodoviário Harley Mouses, de 50 anos, que nessa época do ano vira peão – ele disputa o Rodeio Internacional – e cozinheiro de uma comitiva de Cuiabá (MT), que há 14 anos participa do concurso em Barretos.
A comitiva de Mouses é uma das 19 que participam da competição e para se destacar das demais, prepararam os bifes com carne de jacaré. “O cardápio tem que ser o mesmo para todos, mas podemos acrescentar um toque pessoal, que faz toda a diferença”, explica. Rapadura e cachaça também são servidos pelos tropeiros.
Não é permitido usar azeite ou temperos sofisticados. Os pratos são preparados apenas com alho, pimenta, sal e banha de porco. Carne seca também é essencial, conforme explicou o tropeiro Sebastião Aparecido Quintino, que viajou de São Paulo para participar da Queima do Alho – a comitiva concorre há três anos. “Tem que ser como antigamente. Essa é a única parte da festa que é tradicionalmente sertaneja.”
Quando os pratos são concluídos, Berranteiro deve chamar os juízes (Foto: Alfredo Risk/G1)Quando os pratos são concluídos, Berranteiro deve chamar os juízes (Foto: Alfredo Risk/G1)
Cultura
O almoço começa a ser preparado ao meio-dia no Rancho Ponto de Pouso, dentro do Parque do Peão. Cada comitiva tem um quiosque próprio, identificado, onde é montado o fogão a lenha e são pendurados os demais apetrechos dos tropeiros: panelas, conchas, colheres, facas e até pedaços de carne seca e linguiça.
Comitivas devem preparar o cardápio como tropeiros faziam, na beira da estrada (Foto: Alfredo Risk/G1)Comitivas devem preparar o cardápio como era
feito na beira da estrada (Foto: Alfredo Risk/G1)
A partir do momento em que a comida vai sendo concluída, um integrante de cada comitiva deve tocar o berrante, um sinal para que os jurados se aproximem, experimentem e avaliem o cardápio. Só depois disso, o público pode se servir sem cerimônia, em pratos de alumínio, como os tropeiros faziam.
“Achei magnífico, fiquei até emocionado. Essa simplicidade é voltar a um passado distante, que muitos de nós não conhecemos. Isso é a verdadeira cultura brasileira”, disse o gerente bancário Luiz Antonio Rocha, de 61 anos, que esteve no evento pela primeira vez. “Sem contar que os pratos são deliciosos.”
Almoço é servido aos participantes após serem avaliados pelos juízes (Foto: Alfredo Risk/G1)Almoço é servido aos participantes após serem avaliados pelos juízes (Foto: Alfredo Risk/G1)

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