Concurso 'Queima do Alho' reuniu 19 comitivas de vários lugares do país.
Cardápio deve ser preparado como antigamente, sem temperos sofisticados.
Queima do Alho reúne 19 comitivas de vários lugares do país na Festa de Barretos (Foto: Alfredo Risk/G1)
Cozinhar no fogão a lenha, improvisado no chão, sem panelas de inox ou
travessas de vidro. O cardápio – composto de feijão gordo, arroz
carreteiro, paçoca feita no pilão e bife na chapa de ferro – é preparado
como na época em que os tropeiros viajavam longas distâncias para
vender os bois e comiam à beira da estrada. Essa é a proposta do
concurso “Queima do Alho”, que aconteceu na tarde deste sábado (24), na
Festa do Peão de Barretos (SP).“No estradão, quando os tropeiros preparavam a comida diziam ‘vou queimar o alho’ e ficou a tradição. Esse almoço é a raiz da cultura sertaneja, o que há de mais típico”, explica o policial rodoviário Harley Mouses, de 50 anos, que nessa época do ano vira peão – ele disputa o Rodeio Internacional – e cozinheiro de uma comitiva de Cuiabá (MT), que há 14 anos participa do concurso em Barretos.
Não é permitido usar azeite ou temperos sofisticados. Os pratos são preparados apenas com alho, pimenta, sal e banha de porco. Carne seca também é essencial, conforme explicou o tropeiro Sebastião Aparecido Quintino, que viajou de São Paulo para participar da Queima do Alho – a comitiva concorre há três anos. “Tem que ser como antigamente. Essa é a única parte da festa que é tradicionalmente sertaneja.”
Quando os pratos são concluídos, Berranteiro deve chamar os juízes (Foto: Alfredo Risk/G1)
CulturaO almoço começa a ser preparado ao meio-dia no Rancho Ponto de Pouso, dentro do Parque do Peão. Cada comitiva tem um quiosque próprio, identificado, onde é montado o fogão a lenha e são pendurados os demais apetrechos dos tropeiros: panelas, conchas, colheres, facas e até pedaços de carne seca e linguiça.
Comitivas devem preparar o cardápio como era
feito na beira da estrada (Foto: Alfredo Risk/G1)
A partir do momento em que a comida vai sendo concluída, um integrante
de cada comitiva deve tocar o berrante, um sinal para que os jurados se
aproximem, experimentem e avaliem o cardápio. Só depois disso, o público
pode se servir sem cerimônia, em pratos de alumínio, como os tropeiros
faziam.feito na beira da estrada (Foto: Alfredo Risk/G1)
“Achei magnífico, fiquei até emocionado. Essa simplicidade é voltar a um passado distante, que muitos de nós não conhecemos. Isso é a verdadeira cultura brasileira”, disse o gerente bancário Luiz Antonio Rocha, de 61 anos, que esteve no evento pela primeira vez. “Sem contar que os pratos são deliciosos.”
Almoço é servido aos participantes após serem avaliados pelos juízes (Foto: Alfredo Risk/G1)
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