MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 3 de agosto de 2013

Perto de Belém, Outeiro é um dos destinos mais acessíveis do verão


Ilha tem opções de praias para quem gosta de tranquilidade e agito.
Proximidade de Belém faz com que local tenha visitas durante todo ano.

Gil Sóter Do G1 PA

outeiro praia grande (Foto: Paula Sampaio/ O Liberal)A Praia Grande é o destino mais procurado pelos banhistas em Outeiro. (Foto: Paula Sampaio/ O Liberal)
A apenas 45 minutos de Belém, a Ilha de Caratateua, mais conhecida como Outeiro, é um dos destinos mais populares entre os veranistas que moram na capital. Com praias de água doce e preços de transporte acessíveis, o balneário é bastante procurado não apenas durante os finais de semana das férias, mas ao longo do ano. “Viemos quase todo mês”, garante Manuel Pereira, que costuma visitar a ilha acompanhado de toda a família.
outeiro praia grande (Foto: Gil Sóter/ G1 PA)Para baratear a diversão, família de Manuel traz
comida de casa. (Foto: Gil Sóter/ G1 PA)
Localizada a 25 km do centro de Belém, Outeiro é banhada pelas águas turvas da baía do Guajará. O balneário tem como principal atrativo turístico suas praias, entre elas a Praia do Amor, Praia da Brasília e a Praia Grande, a mais procurada entre os visitantes.
“Acho tranquilo vir para cá, principalmente na sexta ou no sábado”, conta Rosilene Oliveira, 42 anos, esposa de Manuel. Mãe de cinco filhos, com idades entre 6 e 18 anos, ela conta que vir com toda a família para a praia pode ser um programa bem barato.
“Viemos de van, que custa R$2, 20 a inteira e as crianças pagam meia”, conta. Depois de pegar o transporte alternativo no bairro do Tapanã, onde mora, a família chega à Praia Grande com tudo em mãos. “Trazemos tudo de casa, tudo mesmo: frango, com arroz e macarrão, banana, maçã, água gelada, suco, refrigerante. Muito melhor trazer de casa que sai mais barato e não corre o risco de ninguém comer coisa estragada na praia”, conta Rosilene, que sempre vem acompanhada das duas irmãs e dos nove sobrinhos.
outeiro praia grande pipa (Foto: Gil Sóter/ G1 PA)Pais devem ter atenção com as crianças na praia.
(Foto: Gil Sóter/ G1 PA)
Segurança
Para cuidar da segurança das crianças, além de muita atenção, a pulseirinha de identificação distribuída pelo Corpo de Bombeiros auxilia em caso de algumas delas se perderem. Em Outeiro, dez mil pulseiras foram distribuídas entre as crianças neste verão. Ainda assim, o índice de meninos e meninas perdidos é grande. “Num domingo, que é o dia de maior movimento, registramos 73 crianças perdidas em um único dia. Mas num trabalho de busca, acionando o Conselho Tutelar, nós conseguimos localizar os pais”, relata o major BM Helton, que afirma que crianças com faixa etária de 2 a 5 anos têm maior risco de se perder.
Mais de 40 agentes, entre bombeiros, Defesa Civil Municipal e Cruz Vermelha, atuam nas praias de Outeiro para garantir a segurança dos banhistas e atuar em casos de crianças desaparecidas. “Esse é o nossos mais índice de ocorrências. Outeiro é uma praia muito acessível, e muitas pessoas vêm para cá. Muitas vezes os pais vêm trazendo os seus filhos, mas no intuito de se divertir. Ai vai dançar, vai para o bar, vai beber, e esquecem das crianças. As crianças ficam na areia, e os pais acham que elas estão seguras, e isso implica no desaparecimento das crianças”, alerta o major.
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bombeiros outeiro praia grande (Foto: Divulgação)10 mil pulseiras de identificação foram distrubuídas entre crianças, em Outeiro. (Foto: Divulgação)
Outra ocorrência recorrente é o afogamento, sobretudo no final da tarde. “O mesmo pai e a mesma mãe que trazem as crianças e eventualmente bebem, ingerem muita bebida alcoólica, muitas vezes, no final do dia, querem tomar aquele tradicional banho antes de ir embora, e há um risco grande de afogamento”. Para o major, para evitar problemas, duas orientações básicas. “Quando viemos em família para a praia, a questão prioritária é as crianças. O álcool faz mal. Mas quem quiser ingerir o álcool, não traga criança. Beber e ter que cuidar dos filhos na praia é fatalidade na certa”, destaca o bombeiro.
Comn o aluguel de boias, garantiu a casa própria. (Foto: Gil Sóter/ G1 PA)Com o aluguel de boias, Tony garantiu a casa própria. (Foto: Gil Sóter/ G1 PA)
Comércio
O movimento intenso de veranistas mantem o comércio aquecido e a Praia Grande se torna atraente para vendedores dos serviços mais diversos. Tony Nazareno, de 40 anos, há 12 trabalha alugando boias nas praias de Outeiro. Ele conta que, com o dinheiro do aluguel, ele comprou a casa própria e pagou os estudos dos filhos.
“Trabalho o ano todo na praia, durante o final de semana. Nos outros dias, trabalho como mototaxista. E o verão sempre é bom, aumenta muito o movimento”, conta. Tony chega à Praia do Amor cedo, às 7h, e costuma trabalhar até às 17h. O filho mais novo, Helton, de 10 anos, ajuda o pai da tarefa de alugar as trinta boias. “Ele dá uma força aqui, o que ele ganha é dele, para comprar as coisinhas dele”, relata Tony.
Para quem gosta de saborear frutas na praia, o serviço prestado por Reginaldo Fonseca é de adoçar a boca. “Vendo abacaxi geladinho para o banhista. E ele nem precisa sair da água”, diz o vendedor, de 47 anos. Usando uma canoa, Reginaldo leva o isopor cheio de abacaxis gelados e descasca na hora para o cliente, que pode comer dentro da água doce do balneário. Morador de Icoaraci, ele conta que trabalha vendendo abacaxis há 15 anos.
“Sempre venho, todos os dias de férias, e todos os domingos do ano, para Outeiro. A ideia surgiu porque as pessoas gostam de comer frutas, e nada melhor do que um abacaxi gelado na praia”.
Camarão seco é muito procurado pelos banhistas. (Foto: Gil Sóter/ G1 PA)Camarão seco é muito procurado pelos banhistas. (Foto: Gil Sóter/ G1 PA)
Os frutos do mar estão entre as delícias de Outeiro. Vindo geralmente do distrito de Icoaraci, o camarão seco é um dos pratos que mais fazem sucesso entre os banhistas. “É gostoso, fácil de comer e combina muito com praia”, diz João Batista, de 55 anos. Vendedor de
guia rápido de serviços outeiro (Foto: Nathiel Sarges/ G1)guia rápido de serviços outeiro (Foto: Nathiel Sarges/ G1)
camarão há 20 anos, João Batista diz que em julho as vendas aumentam, e ele aproveita para fazer jus ao nome, inspirado no personagem bíblico. “Sou pastor. Caminho todas as praias de Outeiro. Vendo camarão, aproveito, e prego a palavra de Deus”.
Outeiro
Com 119 anos de história, a ilha era chamada pelos índios de Caratateua, que no dialeto tupi-guarani, quer dizer “lugar das grandes batatas”, já que a batata-doce era abundante no local. Mais tarde, os portugueses a batizaram de Outeiro, nome que remete aos pequenos morros. De acordo com Antonino Alves da Nóbrega, autor do livro “História do Outeiro”, essa denominação foi dada pelo rei de Portugal, D João VI, pela ilha ser de terra alta, muito bonita e com muitas praias.
Outeiro é composta por 26 ilhas situadas no centro leste. Entre as mais populares, Cotijuba e Combú. A ilha possui uma população de aproximamente 80 mil habitantes.
Localizada a 25 km da capital, Outeiro fica a 45 minutos de Belém. A viagem pode ser feita de carro particular ou de ônibus, que parte da Praça do Operário, localizada em frente ao Terminal Rodoviário de Belém. Durante o verão, mais de 70 veículos fazem o transporte até o distrito diariamente. O primeiro parte às 6h e o último veículo retorna de Outeiro para Belém às 23h de domingo. A passagem custa R$ 2,20, com meia-passagem a R$ 1,10 e gratuidades previstas em lei.

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