Paciente vai à polícia após não ser atendido em unidades de saúde

Ele teve de pagar consulta particular, mas registrou boletim de ocorrência.
Em outra unidade de saúde, idosa espera há 4 dias por UTI, em Goiânia.

Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera

O vendedor Carlos Diego Ribeiro buscou atendimento em duas unidades públicas de saúde de Goiânia, mas não conseguiu. Como estava com fortes dores no peito, decidiu pagar por uma consulta particular. Indignado com o descaso da saúde na capital, ele registrou boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial, no Setor Campinas, na segunda-feira (12). “Esse boletim aqui é representando o povo goiano, que passa mal em fila de hospital. Que está morrendo com essa saúde pública”, declarou.
A falta de atendimento adequado não é um problema apenas de Carlos Ribeiro. Como ele, inúmeros goianos enfrentam a situação diariamente. A aposentada Benedita Tomás da Luz, de 80 anos, é outro exemplo. Ela espera há quatro dias por uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundo a filha dela, Aparecida Pereira da Luz, a idosa está em estado grave, pois “não dá conta nem de se mover, está deitada, imobilizada”.

Na sexta-feira (8), a idosa, que tem problemas no coração e de pressão alta, foi encaminhada ao Centro de Assistência Integral à Saúde (Cais) Cândida de Moraes. Em busca de uma UTI, tentaram transferir a aposentada para o Hospital Santa Bárbara, mas não havia vaga. Ela retornou ao Cais e, no sábado (9), foi encaminhada para o Hospital Monte Sinai. No entanto, na unidade também não tinha leito.
Benedita da Luz teve que retornar ao Cais, onde está em uma sala de reanimação. Aparecida Pereira registrou a situação da mãe (veja vídeo acima). Sem saber que estava sendo gravada, a diretora da unidade afirmou que não há vaga de UTI disponível na rede pública da Grande Goiânia.
Melhorias na saúde
A prefeitura da capital divulgou um pacote de melhorias na área da saúde no último sábado. Com o nome "Mais trabalho, mais saúde", o projeto propõe gratificação de quase R$ 2 mil para médicos da rede municipal. Com o bônus, o salário dos profissionais pode chegar a R$ 11 mil. Atualmente, eles recebem de R$ 4 mil a R$ 9 mil. A medida ainda precisa ser aprovada na Câmara de Vereadores.
O projeto também prevê a compra de consultas da rede privada de saúde e 42 obras em unidades, que devem custar mais de R$ 100 milhões aos cofres municipais. Segundo o prefeito Paulo Garcia (PT), as construções, ampliações e reformas das unidades ficarão prontas até o fim do próximo ano.

Vendedor mostra recibo das despesas hospitalares (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)