Operação Sorriso realiza cirurgias de lábios leporinos em Maceió

Seleção dos pacientes com lábio leporino e fenda palatina já começou.
Médicos brasileiros e estrangeiros fazem os procedimentos de graça.

Do G1 AL com informações da TV Gazeta

Começou nesta quinta-feira (22) a seleção de pacientes com lábio leporino ou fissura palatina que vão ter a chance de corrigir o problema. Médicos voluntários brasileiros e estrangeiros estão em Maceió para realizar as cirurgias.
No pátio da Unidade Docente Assistencial Professor Rodrigo Ramalho, localizada na Avenida Assis Chateaubriand, onde está sendo feito o primeiro atendimento, dezenas de pessoas chegaram bem cedo. A maioria são crianças com fissura nos lábios.
A comerciante Cleide Cristina Silva trouxe o filho de dois anos com a esperança de que a cirurgia seja realizada. "O custo é muito alto e espero conseguir porque não tenho condições de pagar", diz.
Na fase de entrevista, as mães respondem às perguntas sobre o parto e a genética da família. A maioria delas não sabe as causas da deformidade. "Os médicos dizem que quando a criança nasce assim é porque tem casos na família, e na minha ninguém tem. Mas eu soube da minha avó que um irmão dela teve", diz a dona de casa Quitéria Maria Ferreira.

Pelo sexto ano consecutivo a Operação Sorriso é realizada em Maceió. A equipe é formada por voluntários. Maria Cristina Prado já conhecia o trabalho da Organização Não Governamental (ONG) e veio de São Paulo por conta própria.
"Trabalho significa ajudar pessoas que não têm oportunidade na vida. Resgatar a dignidade de algumas pessoas, é muito importante", afirma a voluntária.
São mais de 50 médicos e profissionais de várias áreas empenhados na seleção e realização de 40 cirurgias corretivas em crianças e adultos que têm lábio leporino e fenda palatina.
Maceió foi a primeira capital do país a receber o programa humanitário da Operação Sorriso porque apresenta maior incidência de casos, segundo uma pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP). Nos últimos cinco anos mais de 300 cirurgias foram realizadas na capital alagona.
"Essas pessoas vão ficando esquecidas, são excluídas, sofrem com apelidos, são discriminadas, não conseguem emprego. A criança cresce e tem vergonha de fazer perguntas na escola porque todo mundo vai olhar para ela, então o indíce escolar é prejudicado por causa disso. Em apenas 45 minutos a gente devolve o sorriso a uma criança ou um adulto", explica Elisa Campos, assessora da ONG Operação Sorriso.
A segunda etapa da seleção é a avaliação médica. Os pacientes passam por nove especialistas entre eles cirurgiões, psicológos e dentistas. A equipe reúne além de profissionais brasileiros, médicos do Peru, México e Estados Unidos.
As cirurgias vão ser realizadas durante três dias deste mês, no Hospital Nossa Senhora da Guia em Maceió. O chefe da missão em Maceió, Renato Freire, diz que o objetivo é realizar o máximo de cirurgias. "Se for possíver operar todas, a gente realizaria. Mas ainda não sabemos quantos pacientes vão nos procurar. A cirurgia é simples, dura uma hora, uma hora e meia e a recuperação pós-operatória é rápida", diz.