MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Mulher com morte cerebral passa por 3 hospitais do DF até ser examinada

Médico trouxe mulher de Águas Lindas, em Goiás, por falta de equipamento.
Paciente conseguiu atendimento no Hospital de Base de Brasília às 2h.

Do G1 DF

Uma paciente de Águas Lindas, em Goiás, com parada cardiorrespiratória, teve de passar por três hospitais do Distrito Federal até ter a morte encefálica comprovada. A espera entre a entrada dela no hospital goiano até a confirmação do óbito foi de oito horas.

A paciente Edna Néri dos Santos Oliveira, de 45 anos, deu entrada no hospital municipal Bom Jesus, em Águas Lindas, no fim da tarde de quarta-feira (31). Segundo o médico Wendel Moreira, o centro de saúde de Goiás não possui o equipamento necessário para comprovar morte encefálica.
“Nós entubamos essa paciente, foi entubada, eu fiz um acesso central, mas não tinha bomba de infusão, então ao [fazer] o exame neurológico percebi pelo monitor e fazendo eletro que ela tinha um infarto muito grande, extenso, e que estava em provável morte encefálica”, afirma o médico Wendel Moreira.

Para confirmar o quadro, ele afirma que fez contato telefônico com centros médicos de Goiânia, Taguatinga, Ceilândia e Brazlândia. Diante das negativas, ele decidiu entrar na ambulância com familiares da paciente e procurou atendimento nos hospitais do DF.

O primeiro destino foi o Hospital Regional de Ceilândia. Segundo familiares da paciente, o hospital se recusou a recebê-la alegando falta de vaga. O mesmo aconteceu quando a ambulância seguiu para o Hospital Regional de Taguatinga.

A mulher conseguiu atendimento no Hospital de Base de Brasília. Segundo Moreira, eles esperaram por uma hora até serem recebidos. A morte cerebral da mulher só foi confirmada às 2h desta quinta-feira (1º). Ela continua internada no HBB ligada a aparelhos.

“Mesmo se ela tivesse morte encefálica eu tinha a obrigação [de buscar atendimento], porque nós no Brasil temos que respeitar, salvar vidas inclusive na hora que perdemos as vidas”, afirma Moreira.

Segundo o secretário-adjunto de Saúde do DF, Elias Miziara, nenhum hospital da capital recusou receber a paciente. “Tanto é que ele foi a Ceilândia, foi o único hospital, a paciente foi para a sala vermelha e em comum acordo, entre o doutor Wendel e nosso médico que estava de plantão, resolveu que a paciente deveria ser transferida para o Hospital de Base.”

O secretário diz que não a demora no atendimento não teve impacto na saúde da paciente porque ela já veio de Águas Lindas com morte encefálica aparente. “Então, nós não entendemos ainda porque é que ela imediatamente não foi absorvida pelo hospital. Ela deveria já ter entrado no hospital em qualquer condição.”

Miziara disse que a Secretaria de Saúde vai apurar o caso. Segundo o secretário, o médico só fez contato oficial com o hospital de Taguatinga.

Nenhum comentário:

Postar um comentário