MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 3 de março de 2013

Trecho de gravações do inquérito mostra médica chorando após morte


Médica é suspeita de induzir mortes em UTI de hospital em Curitiba.
Virgínia Soares era chefe da UTI geral do Evangélico e nega as acusações.

Do G1 PR

Um dos trechos das gravações telefônicas usadas no inquérito da médica Virgínia Soares de Souza, presa desde o dia 19 de fevereiro, em Curitiba, mostra que ela se emociona após a morte de uma criança. As gravações, que totalizam mais de 30 horas feitas entre os dias 23 de janeiro e 7 de fevereiro de 2013, foram obtidas com exclusividade pela RPC TV.
Virgínia é suspeita de induzir mortes na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Evangélico, na capital. Segundo a polícia, a médica nega as acusações.
Trechos de conversas da médica com outros funcionários foram mostradas no telejornal Paraná TV 2ª edição.
No dia 7 de fevereiro, em conversa com uma funcionária do hospital, Virgínia demonstra preocupação com uma paciente.
Virgínia: "Eu consegui chorar agora"
Funcionária: "Aquela hora que você me ligou eu já vi que você não tava...eu falei alguma coisa..."
Virgínia: "A menina"
Em um outro trecho, gravado no dia 27 de janeiro, Virgínia conversa com uma funcionária do hospital. As duas citam o nome de um paciente - Ivo.
Virgínia: “... pelo amor de Deus, têm alguns doentes que estão mortos, então, vai desligando as coisas, que não tem sentido.”
Funcionária: “Ah não! Eu desliguei!”
Virgínia: "Oi?"
Funcionária: "Eu desliguei pra ela, ela estava no telefone com a doutora dela, ela me pediu".
Virgínia: "E o próximo que nós vamos desligar é o Ivo".
Funcionária: "Só esperar a família?"
Virgínia: "Acho que já, a mulher é de muito longe, né? Mas, pelo visto eles já sabem, porque parte da família foi falada."
Funcionária: "Uhum"
Virgínia: "Eles são muito ruins, a gente não tem o que fazer".
Na noite seguinte, dia 28 de janeiro, Virgínia, ainda em conversa com um médico de plantão sobre o pedido de uma pessoa com o nome Kampa sobre vagas na UTI. Durante a conversa, ela cita novamente o nome do paciente Ivo.
Virgínia: "O Kampa pediu o que eu podia disponibilizar. Eu falei, tudo bem, amanhã ainda consigo mais dois né, porque eu não fui com o Ivo porque eu fui com dois hoje de manhã"
Médico: "Ah, eu já tô indo com o Ivo"
Virgínia: "Ótimo"
Médico: "Não gostei dele"
Virgínia: "Não, coitadinho, pelo amor de Deus, né?. É que eu fui com dois hoje de manhã então se eu fosse com o Ivo, né, ficaria feio. Então, ou ia você ou eu amanhã, mas até me alivia se for hoje"
Médico: "Hum...hummm. É o Vagner que tá...tava o Vagner, a Laís, poucos funcionários já.
Virgínia: "Uhum..."
Médico: "Já, já"
Virgínia: "Já vai o Ivo e o Sérgio eu dou alta amanhã. Então na previsão eu abro oito vagas"
Médico: "Uhum".
Há um conselheiro no hospital chamado Kampa. O conselheiro foi procurado pela reportagem, mas ele não foi encontrado.  A direção da unidade de saúde também não se pronunciou sobre as gravações.
No dia 29 de janeiro, a morte de uma pessoa com o nome Ivo, de 67 anos, foi registrada pelo serviço funerário de Curitiba. O corpo estava no Hospital Evangélico.
Defesa alega más interpretações nas gravações por parte da polícia
O advogado de Virgínia, Elias Mattar Assad, afirma que não vê qualquer indício de irregularidade nas gravações. Ele compara as profissões dele e da médica. "Ora, enquanto ela diz que é o trampolim para o além, eu sou um trampolim entre a prisão e a liberdade", afirmou ao G1. Segundo ele, Virgínia diz que todos os procedimentos foram atos médicos.
A Polícia Civil informou que o inquérito sobre o caso deve ser entregue ao Ministério Público (MP) na segunda-feira (4). A partir disso, caberá ao MP decidir se apresenta ou não uma denúncia contra a médica à Justiça.
Prisões
Virgínia, outros três médicos - Edison Anselmo, Anderson de Freitas e Maria Israela Boccato - e a enfermeira Lais da Rosa continuam presos, por suspeita de envolvimento no caso. Todos foram indiciados porque, conforme o inquérito, eram cúmplices da médica no ato de abreviar a vida de pacientes que estavam internados, com o objetivo de abrir vagas para outros.
De acordo com a Secretaria de Justiça, as três mulheres dividem a mesma cela, no Presídio Feminino de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. Os homens também dividem a cela, na Casa de Custódia de Piraquara.

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