Maioria dos visitantes de museus e memoriais é de outros estados.
Quem vem de fora, reclama que não há divulgação de espaços culturais.
Coleção permanente Tânia de Maya Pedrosa fica no primeiro andar do IPHAN. (Foto: Jonathan Lins/G1)
O estado de Alagoas é conhecido por suas belezas naturais, que vão
desde praias a rios e lagoas. Um atrativo para os turistas de todas as
partes do mundo. Mas, em Maceió,
não só as praias chamam a atenção. A cidade também conta com um roteiro
cultural vasto, com diversos museus espalhados pela capital, mas que a
população local parece não saber ou não se interessar em visitá-los.O acervo, aberto à visitação e pesquisa, contém cerca de 12 mil fotos antigas da capital, todas disponíveis em formato digital para consulta. 2.500 fitas de videocassete e milhares de discos de vinil.
O museu tem um espaço dedicado à memória de Edécio Lopes, conhecido radialista alagoano falecido em 2009, em que todo o material foi doado pelos familiares dele e conta com uma biblioteca, discoteca e todo o equipamento adquirido por Edécio em sua vida.
Não é incomum ver pessoas que desconhecem a existência desses espaços culturais. E os que conhecem, não têm interesse. A alagoana Jacqueline Pitanga passa toda semana pelos memoriais e museus da capital, mas nunca os visitou. “Apesar de achar bonito, não tenho interesse”, explicou.
Acervo conta com diversas câmeras, telefones e máquinas de escrever. (Foto: Jonathan Lins/G1)
Quem vem de fora, também vem desavisado do roteiro cultural. Leandro
Lima Bloch está passando férias na capital e só teve conhecimento do
Memorial Teotônio Vilela, na praia de Pajuçara, quando passou pelo
local.O turista, assim como muitos alagoanos, também desconhecia que a obra é assinada pelo arquiteto Oscar Niemeyer. “Vim passar um tempo longe de casa e desfrutar as praias com a família e aproveitei para visitar outras coisas também, mas não vi nenhum tipo de divulgação”, completou o paulista de Presidente Prudente.
No Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que fica no tradicional bairro do Jaraguá, existem exposições temporárias, a maioria de artistas alagoanos. “É uma forma de divulgar a cultura aqui de Maceió”, esclarece a responsável pela área de patrimônio, Graciene Lopes. O instituto é um lugar que as pessoas ainda precisam descobrir e visitar.
Memorial Teotônio Vilela tem seu projeto assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. (Foto: Jonathan Lins/G1)
O analista de planejamento e gestão do Iphan, Valmarx Montenegro
Correia, confirma: os alagoanos desconhecem suas riquezas culturais.
“Quem mais vem ao instituto são os turistas. Quando os cruzeiros atracam
no porto, a visitação aumenta”. Segundo ele, a média de visitação é de
10 pessoas por dia, chegando a 20 em períodos de alta temporada.O IPHAN também conta com uma exposição permanente da artista e colecionadora Tânia de Maya Pedrosa, que abriga um andar inteiro do instituto com peças de artistas de todo o nordeste.
Outro museu da capital alagoana é o Théo Brandão, no bairro do Jaraguá, onde existem obras relacionadas à antropologia e ao folclore. O museu foi criado, inicialmente, para abrigar a coleção de arte popular que o professor e folclorista que dá nome ao museu doou à Universidade Federal de Alagoas.
Obras em madeira ficam expostas no IPHAN em Alagoas. (Foto: Jonathan Lins/G1)
Na cidade ainda existe outro ponto de visitação, o Memorial à
República, localizado no bairro do Jaraguá, onde existem exposições
mensais e uma permanente sobre a República Federativa do Brasil. Há
também a Galeria dos Presidentes Republicanos, com fotos dos 35
presidentes.Estas são algumas opções para o turista que não se limita apenas ao roteiro de praias e para os alagoanos que querem conhecer mais da sua própria história. Os horários de funcionamento destes estabelecimentos permitem visitação a pelo menos um dos muses a qualquer dia da semana. Confira:
IPHAN terça-feira até domingo, incluindo feriados, das 11h às 17h.
Misa terça até sexta, das 8h até as 14h. Às terças-feiras são exibidos documentários no cinema do museu, o Cine Misa. A entrada é franca, e começa às 19h.
Memorial à República terça à sexta, das 9 às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 14h às 17h.
Memorial Teotônio Vilela todos os dias, das 9h às 21h.
Museu Théo Brandão terça a sexta, das 9h às 17h. Sábados, das 14h às 17h.
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