Documento do veículo foi registrado após início de investigação em MT.
Consulta do MP no dia 1° de fevereiro apontou que carro estava alienado.
Empresa nega atuação por esquema de pirâmide,
considerado ilegal. (Foto: Reprodução / TVCA)
A Ferrari 360 Spider F1 utilizada pela Telex Free em um de seus vídeos
publicitários foi registrada por um dos principais divulgadores da
empresa, Inocêncio Pereira Reis Neto, na última quarta-feira (13). A
informação consta de consulta online realizada no sistema do
Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do estado do Espírito Santo,
onde vive Inocêncio, conhecido como "Pelé Reis", e onde se encontra a
sede da Telex Free no Brasil.considerado ilegal. (Foto: Reprodução / TVCA)
Antes de ser registrado em nome de Pelé, o vídeo vem sendo veiculado na internet pelo menos desde janeiro deste ano, com imagens dele dirigindo a Ferrari e contando que a comprou após um evento da empresa no Rio Grande do Sul, com dinheiro da Telex Free.
O veículo de luxo tem sido usado para ilustrar o "case de sucesso" protagonizado por Inocêncio, que teria passado de vendedor ambulante para a condição de milionário após ingressar na rede da empresa, investigada em pelo menos cinco estados por supostamente engendrar um esquema de pirâmide financeira.
A consulta ao site do Detran do Espírito Santo pode ser realizada com a inserção do número de Renavam e das placas do referido carro de luxo, apontado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de Mato Grosso na última quinta-feira (14) como veículo em alienação fiduciária (financiamento) pelo Banco do Brasil realizada por Anderson de Azevedo Salomão, natural de Passo Fundo (RS) e que atualmente goza de liberdade provisória em pena pelo crime de estelionato.
Após o apontamento do fato feito na imprensa pela promotoria de Justiça do município de Lucas do Rio Verde (localizado a 360 km de Cuiabá), divulgadores se manifestaram afirmando que o MPE se equivocou, pois documentos publicados nas redes sociais por meio de uma conta individual com o nome de "Pelé Reis" traziam justamente o registro da Ferrari em seu nome.
Os documentos seriam o certificado de registro de veículo e o certificado de registro e licenciamento de veículo, ambos expedidos pelo Detran do Espírito Santo, em Vila Velha, na data de 13 de março de 2013, mesma data que a promotora Fernanda Pawelec concedeu entrevista ao G1 e repassou informações sobre o documento do carro, as quais haviam sido obtidas em fevereiro (de acordo com trecho do inquérito, as últimas informações disponíveis a respeito do carro eram da data de 1º daquele mês).
A reportagem acerca do caso foi publicada no dia 14 deste mês. A aquisição do veículo, segundo apurou o MPE, ocorreu no dia 11 de dezembro do ano passado. No dia 19 de fevereiro, a situação do veículo em alienação fiduciária ainda era válida e foi registrada em certidão da assistência ministerial da promotora de Lucas do Rio Verde.
No dia 20, houve comunicação do MPE com o Banco do Brasil a respeito do caso. Ao longo do inquérito, também houve requisição de informações por parte do MPE à própria Telex Free, a qual ainda não foi respondida, informou a promotora. Depois disso, com investigações em curso e de conhecimento dos próprios líderes da Telex Free, ocorreu a transferência de propriedade do veículo.
"É simples: quem tem que explicar não sou eu. A gente falou de um fato que simplesmente foi constatado. Se o carro é dele desde dezembro, por que só transferiu em março? É muito suspeito isso. Ele está se declarando culpado, no mínimo, por uma infração de trânsito, porque o prazo legal de transferência de um carro é de 30 dias. Para mim, parece bem suspeito, ainda mais contando que ele responde por estelionato", declarou Pawelec neste sábado (16) a respeito das insinuações de equívoco por parte do MPE presentes nas redes sociais desde quinta-feira. De qualquer maneira, a Telex Free segue sob investigação do MPE em Mato Grosso.
O advogado da Telex Free, Horst Fuchs, já defendeu perante a imprensa o sistema de bônus da empresa como uma gratificação por desempenho do divulgador, afastando a suspeita de que opere como esquema de pirâmide.
“Nós temos hoje uma forma de bonificação, uma forma de remuneração aos divulgadores da Telex Free que premia o desempenho, assim como qualquer vendedor, por exemplo, é premiado de acordo com o que ele vende”, argumenta.
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