País precisará de produção adicional de energia nos próximos meses
Foto: Reprodução YoutubeO presidente Jair Bolsonaro voltou a pedir que a população economize energia elétrica em meio ao agravamento da situação das usinas hidrelétricas por causa da seca. Durante sua live semanal nas redes sociais, na noite desta quinta-feira (26), o presidente classificou como "problema sério" a atual crise energética.
"O problema é sério.
Eu vou tentar fazer um apelo a você que está em casa agora. Eu tenho
certeza que você pode apagar um ponto de luz agora. Eu peço esse favor
pra você. Assim você estará ajudando a economizar energia e a economizar
água das hidrelétricas", afirmou.
O volume de chuvas muito
abaixo do esperado nos últimos meses, inclusive na comparação com o ano
passado, deixou os reservatórios das hidrelétricas da região centro-sul
do país em condições críticas.
"Em grande parte, nessas
represas, já estamos na casa de 10%, 15% de armazenamento. Estamos no
limite do limite. Algumas vão deixar de funcionar se essa crise
hidrológica continuar existindo", acrescentou Bolsonaro. Na última
terça-feira (24), o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE),
comandado pelo Ministério de Minas e Energia, já havia alertado sobre a
piora condições hídricas no país.
Demanda adicional
Já nesta quinta-feira, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que será preciso garantir uma produção adicional de energia, a partir de outubro, para atender à demanda que não poderá ser suprida pelas usinas hidrelétricas.
O órgão atualizou uma nota técnica de
monitoramento das condições do setor elétrico até novembro e calculou
que a quantidade adicional necessária de energia será de 5,5 gigawatts
médio (GWm) entre setembro e novembro. O documento enfatiza que os
reservatórios das usinas estão com as piores afluências de água em 91
anos.
Entre as recomendações do ONS para atender essa
demanda estão a postergação das manutenções programadas em usinas
termoelétricas, para evitar que elas precisem ser desligadas; a
importação de energia da Argentina e do Uruguai; a garantia da
disponibilidade operativa das térmicas merchant; solução para questões
judiciais relacionadas às disponibilidades da oferta de cinco usinas
termoelétricas (Goiania II, Campina Grande, Maracanaú, Palmeira de Goiás
e Pernambuco III); a viabilização do terceiro navio regaseificador,
referente às disponibilidades das termelétricas Termoceará, Fortaleza e
Vale do Açu; a recomposição da capacidade de geração impactada pela
manutenção da Rota 1 no mês de setembro; e a viabilização da térmica GNA
I.
O ONS também indicou que, a partir de setembro, devem ser
incorporados novos recursos energéticos ao Sistema Interligado Nacional
(SIN). Para isso, de acordo com o órgão, será necessário lançar mão de
geração adicional proveniente das usinas térmicas sem Custo Variável
Unitário (CVU); avançar com o Programa de Resposta Voluntária da
Demanda; e implementar ações de incentivo para que a população reduza de
forma voluntária o seu consumo; além de adotar novas flexibilizações
dos níveis mínimos nos reservatórios das hidrelétricas de Ilha Solteira e
Três Irmãos, até a cota de 323 metros.
Foi sugerido ainda autorizar o uso da flexibilização dos critérios de segurança de N-2 para N-1 como recurso para atendimento energético e de potência; e adotar novas restrições temporárias de defluência nas usinas do São Francisco e na hidrelétrica de Itaipu, podendo agregar mais recursos às disponibilidades de potência.
Fonte: Agência Brasil
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