Já contei a história do Fernando, o jovem porteiro que paguei seu cursinho de Advocacia.
E que me procurou 20 anos depois, contando sua carreira bem-sucedida, me agradecendo por tudo que eu havia feito.
Percebi no seu agradecimento que não foi o dinheiro que fez a diferença, mas sim os conselhos que eu lhe dava sobre a vida, quando me entregava o boleto todo mês.
“O Sr. me disse um dia que eu não deveria ter vergonha de ser pobre, o que fez uma enorme diferença.”
“Eu falei isso?”, respondi assustado. Essa frase hoje seria politicamente incorreta, poderia levar até um soco, por isso não digo mais.
“Eu sempre sonhei ter um carro novo, Iphone etc. pagando juros e tudo, só para parecer rico, mas graças ao senhor comprei sempre usado e à vista.”
Agências de propaganda e novelas são craques em criar inveja, que levam em parte a esse consumismo desenfreado.
Nos bairros negros de Nova York era comum se encontrar na época carros Cadillac, considerados então carros de luxo.
A casa era alugada e caindo aos pedaços, mas o carro era do último tipo, que dava uma falsa impressão de riqueza quando você guiava em outro bairro.
Mas não deixava de ser um desperdício de dinheiro, que iria mantê-lo na pobreza para sempre.
Não ter vergonha de ser pobre reduz o seu nível de stress, aumenta a sua autoconfiança, lhe deixa com cabeça erguida e preparado para assumir riscos.
Mas a esquerda faz questão de taxar todos de pobres, criar ódio aos ricos, mostrando que vergonha deveria é de ser rico.
Mas as novelas da TV só mostram inveja, ricos neuróticos, pobreza, como sendo permanente.
E há aqueles que usam essa vergonha para prometer riqueza rápida, como os vídeos de ações, a XP, a Loteria Federal.
Vergonha de ser pobre, deixe para mais tarde quando você tiver 50 anos, e somente se ainda estiver pobre, num Brasil cheio de oportunidades.
Ser pobre não é motivo de vergonha, manter você e sua família eternamente pobre, sim.
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