A petição da PF elenca uma série de entrevistas e postagens de Jefferson que "incitaram a prática de crimes" e "ofenderam a dignidade e o decoro de ministros do STF, senadores e integrantes de CPI da Covid-19".
Foto: Arquivo/Valter Campanato/Agência BrasilO
ex-deputado Roberto Jefferson foi preso na manhã de ontem após o
ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes acolher pedido
feito pela Polícia Federal no âmbito do inquérito que ficou conhecido
como das "milícias digitais".
Na decisão em que autoriza a
prisão preventiva, Moraes afirma que uma série de elementos colocariam
Jefferson como parte do núcleo político de uma organização criminosa que
tem como objetivo "desestabilizar as instituições republicanas" e que
vem sendo investigada pela PF.
A organização criminosa é
descrita como tendo "forte atuação digital e com núcleos de produção,
publicação, financiamento e político absolutamente semelhantes àqueles
identificados no Inquérito 4.781 [inquérito das 'fake news'], com a
nítida finalidade de atentar contra a Democracia e o Estado de
Direito".
Nesse sentido, a petição da PF elenca uma série de
entrevistas e postagens de Jefferson que "incitaram a prática de crimes"
e "ofenderam a dignidade e o decoro de ministros do STF, senadores e
integrantes de CPI da Covid-19".
Em uma das entrevistas
transcritas, o ex-deputado — que é presidente do PTB e aliado do
presidente Jair Bolsonaro — afirma que é preciso "concentrar as pressões
populares contra o Senado e, se preciso, invadir o Senado e colocar
para fora a CPI a pescoção". Em outra, diz que o Brasil necessita "fazer
uma limpeza, começando pelo Supremo, ninho de bruxas e urubus".
À
Jovem Pan no fim de julho, Jefferson declarou que "o povo do Lula" era
"LGBT, drogado, traficante, assaltante de banco". Questionado por um dos
jornalistas, ele disse que equiparava a orientação sexual à prática de
crimes porque todos representavam a "demolição moral da família".
Entre
as postagens destacadas do perfil, há uma em que Jefferson refere-se ao
embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, como "macaco chinês".
Além da prisão cautelar, Moraes determinou o bloqueio da conta do ex-deputado no Twitter e autorizou a busca e apreensão de armas e munições em endereços pessoais e profissionais do ex-deputado. A polícia também terá acesso a computadores, tablets, celulares e mídias de armazenamento.
Fonte: BBC News Brasil
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